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sexta-feira, 23 de maio de 2014

Resenha filme: X-Men 3 - O Confronto Final

Retrospectiva X-Men:
Bora com mais uma parte da retrospectiva X-Men, vendo como foi a vida mutante nos cinemas pelos últimos 14 anos e sete filmes. Agora, o primeiro tropeço da série na terceira incursão do super-grupo mutante em celuloide:


X-Men 3 - O Confronto Final (Brett Ratner, 2006)

Se tinha uma certeza na vida dos fãs de quadrinhos e de filmes em quadrinhos na primeira década dos anos 2000 era que a série X-Men estava nas melhores mãos possíveis.
Bryan Singer dirigira dois filmes do super grupo que eram praticamente irrepreensíveis (embora alguns, eu incluso, achassem que o Wolverine ganhava sempre as melhores sequências, o que diminuía um pouco a importância de membros clássicos do grupo) , a terceira parte da série estava por vir, e todo mundo estava louco pra ver o que Synger iria tirar da cartola num filme que prometia adaptar a Saga da Fênix e apresentar novos personagens!
Mas, no caminho havia um problema. Um problemão.
A Warner vinha a anos tentando trazer o Superman de volta do limbo cinematográfico, entre idas e vindas, roteiros e diretores, uma fortuna havia sido gasta sem que nenhum metro de filme houvesse sido rodado.
Eis que a Warner achou que, após a boa recepção de seu Batman Begins, era um bom momento para trazer o Superman de volta, e, que o diretor ideal para a empreitada era Bryan Singer.
Singer era jovem, tinha estofo e visão, liderara com êxito um par de adaptações complicadas e tornara X-Men um sucesso. Mais que isso, conseguiu tudo contando abertamente ter-se espelhado na cartilha da verossimilhança de Richard Donner para seu Superman - O Filme de 78, filme do qual era um ardoroso e confesso fã.
Foi o que bastou. Singer largou os mutantes de mão em cima do laço, bandeando-se para o lado da concorrência, e deixando a nau mutante à deriva.
A Fox começou então a procurar pelo substituto de Singer.
Matthew Vaughn chegou a ser contratado, trabalhou sobre o roteiro de Simon Kindberg e Zak Penn, chegou a escalar atores, mas também desistiu, alegando em cima da hora que não conseguiriria passar tanto tempo longe da família (Vaughn fez a mesma coisa após assinar para dirigir Thor, e só foi terminar um trabalho relacionado à Marvel quando dirigiu Kick-Ass, em 2010), com a saída de dois diretores o longa caiu no colo do atroz Brett Ratner, diretor da série A Hora do Rush, Um Homem de Família com Nicolas Cage e de Dragão Vermelho, filme que talvez tenha garantido o emprego em X-Men 3 a Ratner já que foi onde ele demonstrou ser um diretor sem nenhum problema em emular o estilo de outro cineasta.
Por insípido que fosse Ratner, e por mais que tenha tentado emular a forma de filmar de Singer, X-Men 3 não funcionou.
Misturando a Saga da Fênix Negra com o arco inicial de Joss Whedon à frente da série Surpreendentes X-Men, o roteiro de Kindberg e Penn aumentava a Irmandade de Mutantes, acrescentava personagens como o Fanático (o ex-jogador de futebol com a expulsão mais rápida da história do esporte, Vinnie Jones)e Callisto (Dania Ramirez) e o Homem-Múltiplo (Eric Dane) pelo lado do mal, mais Warren Worthington III, o Anjo (Ben Foster), o Fera Henry McCoy (Kelsey Grammer), Kitty Pryde, a Lince Negra (Ellen Page) pelo lado do bem, fora trocentas outras pontas de mutantes famosos que iam de Jubileu à Psylocke, muitos surgindo em vislumbres rápidos em algum ponto do filme.
Na trama, enquanto o magnata Warren Worthington II (Michael Murphy) e a doutora Kavita Rao (Shohreh Agdashloo) alardeavam ter descoberto uma cura mutante, os X-Men ainda tinham que se preocupar com a ressurreição de Jean Grey (Famke Janssen), trazida de volta dos mortos, não pela entidade interdimensional Fênix, como nos quadrinhos, mas sim pelo seu próprio poder, já que, no filme, era a mutante mais poderosa do mundo e eventualmente seria dominada por suas habilidades.
Após matar Ciclope (James Marsden), e voltar à mansão X, Jean era cooptada por Magneto para sua imensa nova Irmandade de Mutantes, e usada pelo vilão para destruir qualquer vestígio da tal cura, colocando os X-Men em uma situação delicada, onde viam-se obrigados a lutar contra outros mutantes para proteger os criadores da "cura" que poderia varrer o homo superior da face da Terra, e, pior ainda, ter de fazer isso contra um grupo mais numeroso, poderoso e que contava, em suas fileiras, com uma amiga querida por todos.
Ainda que a premissa fosse bacana e pudesse até fazer sentido, a verdade é que misturar a cura mutante e a saga da Fênix Negra diluiu demais as duas tramas, mais que suficientes para segurar um filme por conta.
A vontade louca de mostrar dezenas de novos mutantes e dar mais espaço a personagens que haviam feito pouco mais do que pontas antes (Como a Lince Negra que teve em Ellen Page sua terceira intérprete e o Colossus de Daniel Cudmore), também não fez bem ao filme, e nem mesmo a grande batalha campal entre mutantes ao final do longa ou o Arremesso Especial de Wolverine e Colossus no comecinho do filme salvaram X-Men 3 de ser bem porcaria.
Com um inchado orçamento de 210 milhões de dólares (cem milhões a mais do que o anterior), O Confronto Final fez apenas 52 milhões a mais do que X-2 nas bilheterias do mundo, mostrando que forma não agradava sem conteúdo.
Ainda assim, a FOX não aprenderia essa lição rapidamente como veríamos mais adiante...

"Charles Xavier fez mais pelos mutantes do que você jamais saberá. Meu único e maior arrependimento é ele ter que morrer para o nosso sonho viver."

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