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sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Rapidinhas do Capita


Eu juro, com todas as minhas forças, que eu queria ver, em algum momento qualquer, um grupo de políticos agir tão rapidamente quanto a câmara municipal de Porto Alegre agiu para barrar o aplicativo Uber na capital em qualquer outro projeto.
Sério.
QUALQUER UM!
Não vale aumento dos próprios salários, claro, pois esses nós sabemos que voam mais rápido que a Millenium Falcon.
Mas sério, eu fiquei pasmo com a celeridade inédita com que o projeto do vereador Cláudio Janta foi elaborado, apresentado, apreciado, votado e aprovado pela câmara de vereadores e sancionado pelo prefeito Fortunati.
Nunca antes na história dessa cidade se correu tanto para passar uma lei que, diga-se de passagem, parece inconstitucional.
Eu fiquei até com medo. Esse negócio de Über deve ser muito do mal. Deve ter algum mecanismo no aplicativo que impede as pessoas de escolher entre Uber ou táxi, deve haver algum dispositivo que faz com que, quem baixa o aplicativo, e faz uso dele, comece a ter desejos homicidas, alguma coisa assim, nessa linha.
Porque não dá pra crer que tanta correria e decisão tenha sido apenas em prol de um monopólio.

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Em tempo, eu nem sou desses modernosos da era do compartilhamento. Nunca usei Uber e tenho minhas reservas com relação ao serviço. Mas acho importante ter uma alternativa ao serviço de táxis de Porto Alegre.
Quem usa os carros cor de laranja da capital gaúcha sabe que depois de certo horário da noite eles simplesmente desaparecem, e que em dia de chuva, tem-se a impressão de que os taxistas não querem molhar os carros.
Quem já ficou ilhado em um shopping afastado das zonas centrais às duas da madrugada após uma pré-estreia de cinema da meia-noite sabe o quanto é necessário ter uma opção de escolha na hora de se locomover.

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O ludismo demonstrado pelos vereadores de Porto Alegre, pelo diretor da EPTC Vanderlei Capellari e pelo prefeito José Fortunati chega a ser risível. Poderia ser motivo de piada se não fosse um indício tão sério do porquê de tantos dos problemas do município.
Quando uma novidade que tem demanda e acena com a possibilidade de melhorar os serviços de todo o segmento através da competição saudável é barrada em nome da estagnação e do monopólio, fica impossível acreditar na lisura e no comprometimento dos nossos legisladores para com o bem-estar e o melhor interesse da população.

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Fortunati disse em alto e bom som que "O Uber achou que Porto Alegre era terra de ninguém", ora, senhor prefeito...
Porto Alegre É terra de ninguém e já faz tempo. Talvez o senhor é que precise dar uma voltinha além do paço municipal e apreciar com menos pressa projetos de lei que não defendam os interesses dessa ou daquela minoria.

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