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sábado, 7 de novembro de 2015

Resenha Cinema: O Último Caçador de Bruxas


Eu confesso que nada vinha me chamando muito a atenção em O Último Caçador de Bruxas. Durante toda a divulgação ao longo do desenvolvimento do filme, o longa me pareceu genérico e aborrecido, nada que fosse valer a pena assistir em tela grande, quando muito uma curiosa sessão de DVD daqui alguns meses.
Mas o cinema anda curto de bons lançamentos, 007 Contra SPECTRE me desapontou um bocado, na quinta-feira, e eu imaginei que assistir um filme sem nenhum tipo de expectativa serviria para tentar amainar a situação.
Como minhas expectativas com relação ao filme com Vin Diesel eram baixíssimas, pensei "Por que não?", e toca pro cinema ver o longa do brucutu nerd.
O longa narra a história de Kaulder (Vin Diesel), um guerreiro medieval que em meados do século XIII partiu com um grupo de camaradas rumo à Árvore da Peste, de onde a terrível Rainha-Bruxa (Julie Engelbrecht) lança uma praga sem precedentes sobre a humanidade, ceifando as vidas de milhares.
O grupo de guerreiros passa por uma horrenda provação, sendo dizimado pelo poder demoníaco da bruxa. Mas após uma árdua batalha, Kaulder consegue empalar a medonha feiticeira com sua espada, mas não sem que ela, antes de perecer, o amaldiçoe com o dom da vida eterna, apartando-o para sempre de sua esposa e filha, a quem ansiava por reencontrar na morte.
Oitocentos anos depois, Kaulder se tornou A Arma, o mais formidável guerreiro da Ordem do Machado e da Cruz, um conclave de bruxas e padres que firmou uma trégua tênue, mas duradoura, garantindo algumas regras para a coexistência das feiticeiras com a humanidade, de quem se escondem em plena vista.
Quando alguma bruxa ou bruxo sai da linha, Kaulder entra em ação, doutrinando, encarcerando ou, se necessário, matando o transgressor. Para auxiliar Kaulder, há uma linhagem de sacerdotes que fazem o registro da vida e do trabalho do guerreiro, servindo como seus confessores e, em alguns casos, amigos. Eles são os Dolans.
Na noite em que o 36º Dolan (Michael Caine) anuncia sua aposentadoria, ele morre. Após conhecer o 37° Dolan (Elijah Wood), Kaulder decide investigar os detalhes da morte do Dolan veterano, apenas para descobrir que ele foi atacado por necromancia. Magia negra da estirpe mais sombria.
A investigação de Kaulder o leva até o feiticeiro Belial (Ólafur Darri Ólafsson, de Caçada Mortal e A Vida Secreta de Walter Mitty), que planeja trazer a Rainha Bruxa de volta à vida e extinguir a humanidade de uma vez por todas.
Com a ajuda relutante da bruxa Chloe (Rose Leslie, de Game of Thrones), Kaulder precisa usar todo o seu conhecimento e habilidade para evitar que a pérfida conjuradora renasça e conclua seu intento.
Quer saber?
Eu gostei.
A ode nerd de Vin Diesel é uma salada que parece ter sido feita de modo a juntar o maior número possível de referências a produtos nerds de qualidade. Do elenco que conta com Alfred, Frodo e Ygritte, aos monstros gigantes, poções mágicas, espadas flamejantes, magos classificados por nível e conclaves de feiticeiros, O Último Caçador de Bruxas é uma tentativa absolutamente válida de criar uma mitologia nova, amparada em conceitos bem sucedidos.
O diretor Breck Eisner (do intragável Sahara) mostra que não é burro, aproveitando o roteiro de Cory Goodman, Matt Sazama e Burk Sharpless que, se não tem nenhuma inovação, ao menos tem a decência de não apelar pra superexposição para criar ora cenas que são genuinamente tensas (como a sequência em que Chloe é atacada por uma entidade em sua casa), ora momentos de fato engraçados (a cena da selfie é ótima), e sequências de ação que, se não empolgam, não arrancam bocejos (a luta estilo D&d na introdução é muito boa).
Se Vin Diesel não tem estofo dramático pra convencer como um sábio guerreiro secular, ele é um astro de ação suficientemente reconhecido pra dar lastro à pancadaria. Quando ele solta frases de efeito, atira com uma escopeta ou brande uma espada em chamas, ora que diabos, é divertido de ver.
Michael Caine é sempre um deleite de se ver atuando, Elijah Wood se esforça, Ólafur Darri é divertido e ameaçador com seu físico de barril gigante e barbona espetada e a engraçadinha Rose Leslie rouba a cena com uma agradável mistura de ternura e ranheta.
A música praticamente não existe, os efeitos visuais são suficientemente bons, e a história é boba o bastante pra audiência entender que a suspensão de descrença tem que estar muito em dia, mas bem executada que chegue para nos querer mantê-la assim.
No final das contas, O Último Caçador de Bruxas foi uma grata surpresa, e ainda que pudesse ter sido melhor aqui e ali, me divertiu um bocado.
Vale o ingresso.

"A ferro... E fogo!"

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