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quarta-feira, 29 de junho de 2016

Resenha Série: Game of Thrones: Temporada 6 - Parte 3


Os oito primeiros episódios da sexta temporada de Game of Thrones havia estabelecido que esse era, fácil, o melhor ano da série desde o segundo.
Era como se, ao se livrar das amarras da literatura, a série pudesse seguir apenas apontamentos de George R. R. Martin e andar em seu próprio passo sem se preocupar com o severo escrutínio dos fãs dos livros, e nem ter que conviver com as injustas comparações entre a obra original e a adaptação, uma queda de braço onde a adaptação sempre perde.
Após oito capítulos bastante movimentados, salvo por um eventual respiro de intriga palaciana, uma característica que nos livros funciona bem melhor do que na TV, era hora de deixar o pau cantar de novo.
O nono episódio da temporada, The Battle of The Bastards prometia o confronto derradeiro entre Ramsey Bolton, senhor de Forte do Pavor, Winterfel, e Protetor do Norte, e as minguadas forças de Sansa Stark e Jon Snow, desfavorecidos em uma margem de 3 para 1, praticamente sem cavalaria, e com a maior parte de sua tropa formada por selvagens sem grande disciplina tática.
Atenção, a partir daqui, há spoilers.
Antes disso, porém, demos uma boa parada em Mereen. Daenerys chegara à ex-cidade escrava montada em Drogon bem na hora em que a merda havia virado chapéu. Sitiados em sua pirâmide, cercada pela frota naval dos Mestres da baía dos Escravos, Daenerys, Tyrion, Missandei e Verme Cinzento foram ter com os gananciosos mercadores de gente para discutir os termos de rendição.
Mas não da forma como os Mestres esperavam.
Com o apoio dos Imaculados, de uma tropa absurda de dothraki, de Drogon e dos recém libertados Viserion e Rhaegal, Dany não precisou de muito tempo para convencer seus inimigos da futilidade de sua resistência.
Na verdade, bastou um "dracarys".
No Norte, porém, as coisas estavam um pouco mais crespas. Após um encontro com Ramsey, Davos, Tormund e Jon estavam formulando a estratégia de combate de modo a resgatar Rickon. Porém, após a conversa, Sansa deixou claro que não gostou de não ter sido ouvida na reunião estratégica, tendo em vista que ela, mais do que ninguém, conhecia o inimigo. Foi interessante ver como ficou a dinâmica do relacionamento entre Jon e Sansa.
O bastardo nortista segue sendo um honrado bom moço exatamente igual a seu pai (?), Ned Stark, Jon aliás, estava vestindo o mesmo tipo de armadura, de capa e até prendendo o cabelo do mesmo modo que Ned, parecendo, mais do que nunca, um verdadeiro herdeiro da tradição da casa. Sansa, por sua vez, mostrou que aprendeu durante se longo período de martírio.
Ela manteve-se lógica e até fria frente ao destino de Rickon, e, no fim das contas, tinha razão, como descobrimos na manhã seguinte.
O bastardo louco da casa Bolton de fato assassinou o caçula dos Stark diante de Jon e sua tropa, forçando o ex-senhor comandante da Patrulha da Noite a mandar seu plano de batalha lá pra Casa do Capita em uma desesperada e infrutífera tentativa de salvar o meio-irmão.
Com isso, Ramsey e seus homens ganharam a vantagem. Ainda que Jon tenha deixado bem claro no campo de batalha que os dias de Jaime como o melhor espadachim de Westeros já eram (ao menos na série Jon parece o grande lutador do mundo), não demorou para que suas minguadas tropas se vissem em maus lençóis frente ao poderio da cavalaria, infantaria e dos arqueiros do sádico Ramsey.
Á certa altura, com a tropa leal aos Stark cercada de todos os lados pela infantaria Bolton, Tormund sendo arrebentado por Smalljon Umber, e Jon soterrado por cadáveres e combatentes no meio da lama, chegou a dar a impressão de que Game of Thrones, em sua melhor tradição, poderia presentear a audiência com mais uma tragédia. Talvez a mais desgraçada de todas, com o recém ressuscitado Jon Snow derrotado e morrendo de novo, dessa vez nas mãos de um dos mais óbvios vilões da série.
Todavia, quando tudo parecia perdido, Petyr Baelish e os cavaleiros de Vale chegaram no último instante, pendendo a luta novamente para o lado dos Stark, e confirmando para onde a misteriosa carta de Sansa havia sido enviada.
Percebendo que a coisa ficara feia pro seu lado, Ramsey foge de volta para Winterfel, preparando-se para um sítio.
Nem dá tempo.
O gigante Wun-Wun, com seus últimos suspiros, arrebenta os portões da cidadela, garantindo a entrada de Jon, Tormund e seus comandados, e selando o destino de Ramsey.
Cheio de momentos espetaculares, a Batalha dos Bastardos foi crua e brutal, bem coreografada, com efeitos especiais top de linha. Sem sombra de dúvida a melhor batalha da série até aqui, e uma redenção e tanto anos após a brochante batalha do Água Negra. O momento em que Tormund vira o duelo contra Smalljon, a luta entre Jon e Ramsey, até mesmo a previsível chegada das tropas de Vale, tudo funcionou em The Battle of The Bastards.
E, enquanto em Mereen, após a derrota dos Mestres, Daenerys fechou um acordo com Yara e Theon Greyjoy (que só podem ter trapaceado e usado barcos a motor pra chegarem tão rápido ao outro lado do Mar Estreito), os estandartes do lobo cinzento voltavam a tremular em Winterfel, e Ramsey enfrentava a justiça de Sansa Stark.
Disparado o melhor episódio da série em todos os tempos, A Batalha dos Bastardos poderia ter sido um espetacular fecho para a temporada, mas ainda faltava mais um passo.
O episódio 10, The Winds of Winter nem tinha como ser focado na ação após as massivas batalhas do capítulo anterior, mas teve um começo explosivo e sinistro. No Grande Septo de Baelor, o alto Pardal e seus militantes da fé estavam em polvorosa com os julgamentos de Loras e de Cersei, que com a ajuda de Qyburn, tocou a fé militante feito um violino, e torrou seus problemas ao estilo Rei Louco, colhendo os frutos de sua insana semeadura logo em seguida, confirmando mais uma das previsões de Maggy a Sapa.
Enquanto nas Gêmeas, Walder Frey e Jaime Lannister trocavam farpas, em Dorne (ZzZzZzZzZ) Ollena Tyrell e as Serpentes da Areia firmavam uma aliança abençoada por Varys (ele deve ter pego o mesmo trem bala que levou Theon e Yara a Mereen), e além da Muralha, Bran revisitou a Torre da Alegria, após Ned sobreviver ao combate contra Arthur Dayne.
Ali tivemos mais um forte indício indo ao encontro da teoria dos fãs R+L=J conforme Ned chega ao quarto onde Lyanna está e ouve dela o pedido de que cuide do bebê que acabara de dar à luz, e o esconda, pois se Robert (Baratheon) soubesse de sua existência, o mataria.
Não há confirmação de que o pai do bebê de fato seja Rhaegar Targaryen, Lyanna sussurra algo inaudível no ouvido de Ned e Bran parece não ouvir, talvez seja a identidade do pai, mas já sabemos com uma boa dose de certeza que a Lyanna é a mãe de Jon Snow.
Dali, voltamos a Winterfel, onde, após serem chineliados pela caçulinha senhora Mormont, os lordes nortistas aclamam Jon Snow o Rei do Norte, dando eco aos sussurros maliciosos de mindinho no ouvido de Sansa pouco antes.
Em Mereen, Daenerys teve uma cena tocante com Tyrion, um dos personagens mais fodas da série que foi bastante escanteado ao longo do ano 6. De qualquer forma, foi bacana perceber que, a despeito das falhas do Duende em proteger a cidade, seus esforços e conselho ainda são apreciados por Dany.
Sam finalmente chegou à Cidadela (e eu me pergunto onde ele vai enfiar Gilly, que ficou bem bonitinha limpa e Sam Jr. enquanto estuda.), Davos pediu a cabeça de Melisandre após descobrir o destino de Shireen Baratheon, e, nas Gêmeas, Walder Frey recebeu a mais surpreendente e satisfatória (para os fãs) visita que poderia receber, quando a serviçal que lhe entregou uma fatia de torta não era bem quem parecia ser.
Game of Thrones sempre se notabilizou pela qualidade da produção, dos figurinos aos objetos de cena, às atuações e direção, mas vinha claudicando nas duas últimas temporadas, que mais pareciam encheção de linguiça entre uma desgraça e a próxima. O ano seis do programa alterou de maneira completa esse panorama, e mesmo saber que esse festival de pingos nos is é sinal inefável da aproximação do fim do seriado, não rouba a satisfação de ver a história andando com ritmo e, pra variar, alguns bons momentos após tantas tragédias.
Agora especula-se que os anos sete e oito de GoT possam ter apenas oito (e não dez) episódios, ou até que o ano sete seja o derradeiro. Seja como for, os produtores parecem ter encontrado com a sexta temporada a fórmula definitiva do seriado, de modo que, seja como for, David Benioff e D. B. Weiss só precisam manter a (enorme) qualidade apresentada nesses últimos dez capítulos para dar um fecho mais do que digno a Game of Thrones.
Valar Morghulis, senhores produtores.

"-Chegou um corvo da cidadela. Branco... O inverno chegou.
-Bem... O pai nos avisava há tempo."

2 comentários:

  1. Cada episodio é perfeito. Estou ansiosa, eu adoroassistir Game of Thrones Temporada 7 , o último capítulo me deixou super animado, o tempo restante já em breve para a transmissão e que é muito emocionante! Eu acho que todo o elenco tem feito um grande trabalho, é uma das minhas séries favoritas, tem uma grande história.

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  2. Casa Stark é a minha casa favorito na série, os personagens são complexos e fornecer elementos-chave para a série. Espero que os quatro irmãos se reunir e juntar-se com Daenerys e Tyrion. Game Of Thrones é a minha preferida. Adoro ler livros, cada um é diferente na narrativa e nos personagens, é bom que cada vez mais diretores e atores se aventurem a realizar filmes baseados em livros.

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