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terça-feira, 6 de junho de 2017

Resenha Série: Deuses Americanos. Temporada 1 Episódio 6: A Murder of Gods


Atenção, há spoilers!
Deixe-me abrir essa resenha dizendo que eu acho uma puta sacanagem uma série cuja temporada tem apenas oito episódios se dar ao luxo de ter fillers.
A Murder of Gods, esse sexto capítulo de American Gods só não foi um filler autêntico porque foi um episódio bom, mas a verdade é que não avançou em absolutamente nada a história e não nos deu nenhuma nova informação, exceto que a árvore que atacou Shadow no último capítulo é o senhor Madeira.
Mas, conforme eu disse antes, a despeito de ser um filler, A Murder of Gods ainda foi um bom capítulo. Desde a abertura com a vinheta "Chegando à América" estrelada pelo Jesus mexicano mencionado por Quarta-Feira em Head Full of Snow, um segmento que não tinha como ser mais atual e que, em sua conclusão, se mostrou absolutamente integrado ao restante do episódio.
Após escaparem da delegacia no capítulo anterior, Shadow e Quarta-Feira voltam ao motel e seguem viagem, deixando para trás Laura.
Aparentemente a esposa morta é um obstáculo que Quarta-Feira quer evitar a qualquer custo, tanto que ele literalmente corre pra deixar ela pra trás e seguir sua viagem.
A próxima parada dos protagonistas é a cidade de Vulcan, na Virgínia, onde eles encontram... Bem, Vulcano, ou Hefesto, como ele era conhecido na mitologia grega, antes de ser rebatizado pelos romanos, o deus do fogo e das forjas.
Vulcano vive uma vida confortável na pequena cidade americana, toda construída ao redor da fábrica onde são fabricadas munições e armas diversas.
A cidade, por sinal, é brilhantemente apresentada como uma cidadezinha do meio-oeste americano capitaneada por Leni Riefenstahl, com suas ruazinhas estreitas à sombra das chaminés habitadas por pessoas de todas as idades portando armas de todos os calibres com faixas vermelhas ostentando o logo da fábrica no braço.
Lá, o antigo deus do fogo encontrou seu lugar, "cada bala disparada", diz ele, "é uma oração a mim", "cada troteio em um cinema lotado, um sacrifício em meu nome".
Não fica difícil sacar que Vulcan, que desrespeita Quarta-Feira e fala misturando termos corporativos e religiosos já tem sua lealdade empenhada, e não estará ao lado dos velhos deuses em Wisconsin, especialmente após forjar uma espada para o maquinador de toda a rebelião.
Isso é metade do episódio, a outra metade mostrou um novo grupo se formando, Laura e Mad Sweeney se reencontram, e tentam roubar um velho táxi.
O táxi que Salim herdou do Jinn em Head Full of Snow.
Os três, então partem juntos, já que o leprechau diz à Laura que pode encontrar alguém capaz de ressuscitá-la, para que ela não precise mais da moeda da sorte dele, e diz a Salim que pode ajudá-lo a encontrar o Jinn em troca de uma carona.
Por divertidas que sejam as interações maldosas entre Sweeney e Salim e Laura, vou confessar que esse segmento me parece uma tremenda encheção de linguiça.
Laura procura seu lugar no mundo. OK, entendemos. Mas precisamos de metade de um episódio dedicada à ela?
O arco que ela protagoniza não tem metade do peso do arco de Shadow e Quarta-Feira, então fica a torcida para que Laura, Sweeney e Salim sejam mais do que apenas alívio cômico haja vista o tempo de tela que o trio tem.
Apesar dos pesares, A Murder of Gods foi mais um bom episódio de Deuses Americanos, mostrando que o programa mantém espaço em sua mitologia singular para falar de temas tão atuais como crise migratória, um assunto recorrente em uma série sobre deuses estrangeiros que chegam à América, quanto violência com armas de fogo.
E, pra não dizer que não acrescentou nada ao rol de informações às quais a audiência tem acesso, nos ensinou que não é apenas através do esquecimento de seus fiéis que um deus pode morrer.

"-Deus é ótimo.
-A vida é ótima."

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