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segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Resenha Série: Os Defensores, Temporada 1, Episódio 2: Mean Right Hook


O segundo episódio de Os Defensores seguiu tendo mais ou menos os mesmos problemas do primeiro episódio, os personagens estavam separados, ainda sem um objetivo para forçá-los a se unirem.
Essa toada foi mantida por mais da metade do capítulo.
O grande terremoto que causou estragos em Nova York (aparentemente foi só o que ocorreu, danos materiais, não há indicação de feridos ou mortos) tirou Matt da aposentadoria, fazendo-o reviver, ainda que brevemente seus dias de Demolidor. Jessica Jones estava no apartamento até onde havia seguido a pista do arquiteto desaparecido, cercada de cargas de demolição, enquanto Luke estava nas ruas do Harlem, bem a tempo de impedir que um poste arrebentasse a cabeça de uma velhinha. Após a noite de pânico em Manhattan, cada um deles seguiu sua rotina da maneira que pôde, planejando seus próximos passos.
Colleen foi quem teve a ideia de sugerir ao Punho de Ferro que eles talvez precisem encontrar aliados para sua guerra contra o Tentáculo. Sua única pista era a espada do homem morto no Camboja, de uma espécie que era fabricada em Nova York.
Luke resolveu se aprofundar na investigação de quem está contratando jovens do Harlem para morrer fazendo um trabalho sujo. Após interrogar Turk (Rob Morgan), ele acaba descobrindo que um sujeito chamado de "Chapéu Branco" é quem está por trás dos desvios de comportamento dos jovens, e isso faz com que seu caminho se cruze, justamente, com o de Danny Rand.
A cena de luta entre os dois é bacana.
Ver Danny desperdiçando seu kung-fu no invulnerável Luke Cage, e ver o efeito do imortal punho de ferro de Danny em Luke numa repetição da antológica cena do murro da série de Luke com resultados completamente diferentes foi bastante divertido.
A cena dos dois não teve nada comparável às espetaculares coreografias de luta de Demolidor, mas ainda assim, é sempre agradável ver um quebra entre super-heróis, especialmente com poderes tão distintos quanto Luke e Danny.
Apesar disso, quem de fato fez a trama andar, foi Jessica Jones,
A investigadora se enfiou em arquivos municipais após afanar um documento do apartamento onde encontrou as cargas de demolição e se depara com uma empresa de fantasma que têm fechado suas portas e passado seus bens a outras empresas de fachada pelos últimos cento e noventa e três anos mantendo a presença do Tentáculo em Nova York oculta ahá quase dois séculos.
O fato de Jessica estar, de fato, obtendo respostas, faz com que durante o seu segmento, a audiência experimente uma trama que avança, algo que não se repete nas linhas narrativas de seus colegas, fazendo com que tenhamos a impressão de vai-não-vai, porque a série aparentemente luta para que todos os personagens tenham o mesmo tempo de tela, e por mais louvável que isso seja, nós não chegamos a um ponto onde todos os personagens movem as engrenagens da trama igualmente, e com isso, é justamente Matt, o personagem cuja apresentação menos prejudicara no primeiro episódio, quem mais se ressente de não ter, ainda, um papel mais ativo no desenrolar da história.
Alexandra, por sua vez, ganhou mais um drops de desenvolvimento no episódio.
Sua longevidade é sugerida como excepcionalmente longa, a ponto de ela se referir a Brahms e Beethoven como se fossem compadres, mas seus planos e motivações seguem sendo nublados, pra dizer o mínimo.
Na verdade, o Tentáculo dirigido por Alexandra parece bastante burguês, com Sigourney Weaver ouvindo apresentações privadas da Filarmônica de Nova York em belos ambientes iluminados e bem decorados enquanto conversa casualmente com a diretora da orquestra. A "organização criminosa guiada por uma crença fanática" parecia bem mais perigosa sob o comando de Nobu, ou mesmo de madame Gao do que pareceu sob o comando de Bakuto e especialmente Alexandra. Um terremoto sem vítimas fatais e muito falatório não me parece particularmente uma ameaça capaz de destruir Nova York.
Ao menos, conforme nos aproximamos do fim do episódio, uma invasão inesperada ao escritório/apartamento de Jessica, somada à intervenção de Jeri Hogarth (Carry Anne-Moss) faz com que o caminho de Jessica se cruze com o de Matt, e ainda fazemos a descoberta de quê Alexandra tem um prisioneiro importante em seu poder.
De novo, Os Defensores não se tornou o que a audiência esperava, ainda assim, Mean Right Hook mostrou mais propósito em seu desenvolvimento, uniu alguns dos personagens centrais e pode se centrar em fazê-los trabalhar juntos.

"-Você quer mais?
-Ah, nós nem mesmo começamos..."

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