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quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Resenha Série: Os Defensores, Temporada 1, Episódio 6: Ashes, Ashes


Atenção para os spoilers!
Ashes, Ashes demonstrou alguns problemas de desenvolvimento de um de seus protagonistas: Novamente o Punho de Ferro, que segue sendo a Geni do grupo depois de Jessica ser utilizada algo como alívio cômico na equipe, uma função à qual ela se presta sob medida com sua rabugice irônica.
Porém, o sexto episódio da temporada foi, no geral, bom, e contou ainda com alguns dos momentos mais dramáticos da série até aqui, quiçá de todo o universo Marvel Netflix, exceto, claro, por Demolidor, que segue hours-concours a menos que haja algo muito espetacular nos próximos dois capítulos.
O episódio abre com os heróis descobrindo, após interrogar Sowande, que o Punho de Ferro de Danny é a chave que dá acesso a o que quer que o Tentáculo esteja procurando em Nova York. Se inicialmente Danny duvida da veracidade da declaração de Sowande, Stick revela que já viu o chi ser usado para selar e abrir portas pelos anciãos de K'un-Lun, e, após todos concordarem que o importante é tirar o objetivo final do inimigo de vista, eles decidem esconder Danny do Tentáculo. Isso leva a uma bela luta entre Danny e Demolidor que, sim, ainda tem a participação de Luke e Jessica, mas a boa pancadaria é, mesmo, entre o defensor de K'un-Lun e o diabo da guarda de Hell's Kitchen, e trouxe o que foi a melhor coreografia de luta da série até aqui.
O grande problema de toda essa sequência é que ela meio que jogou no buraco todo o amadurecimento pelo qual o Punho de Ferro vinha passando desde o início de Os Defensores.
Danny estava se mostrando no caminho para virar o herói/empresário dos quadrinhos. Um sujeito confiante e centrado, capaz de ameaçar comprar a Stark Enterprises e ter uma equipe de advogados para livrá-lo de participar da Lei de Registro de Guerra Civil, mas Ashes, Ashes trouxe de volta o moleque mimado que volta e meia dava as caras na primeira temporada da série solo do herói, e isso meio que prestou um grande desserviço ao personagem que evoluía rumo à uma versão mais responsável e consciente de si próprio.
Danny acaba nocauteado por Jessica e amarrado à uma cadeira por Stick.
Ao menos, no período em que Danny esteve presoo sob vigilância, houveram ótimas interações entre ele e Luke, conversando sobre esmurrar o coração derretido de Shou-Lau, o que não morre, e sobre ser atingido por um tiro de escopeta na cara por Jessica Jones. É uma cena calorosa, perfeita para cimentar a amizade florescente entre os personagens.
Enquanto isso, Jessica e Matt partem para procurar por informações sobre o que o Tentáculo está tentando abrir com o Punho de Ferro, e resolvem fazê-lo através da única pista que possuem: A família do arquiteto que Jess investigava.
No período que a dupla passa junta também há tempo para dar uma amolecida na relação entre os dois, com Jessica revelando conhecer a história de vida de Matt, mas esse segmento, realmente, pareceu feito para a trama andar, pois não demora para os heróis encontrarem as plantas do grande poço sob o prédio da Midland Circle (aquele que vimos na segunda temporada de Demolidor) e perceberem que, o que quer que o Tentáculo deseje, deve estar lá.
Apesar do início algo desajeitado, o sexto episódio da temporada teve um encerramento cabuloso, quando Stick, bem à sua maneira, resolve que há uma forma mais simples de abordar a situação atual. Uma mais definitiva do que lutar ou se esconder.
A despeito do que possamos pensar, o curso de ação escolhido por Stick é desgraçadamente condizente com o passado do personagem, que sempre foi absolutamente pragmático, quase psicopata, em sua forma de ver a guerra entre o Casto e o Tentáculo.
Antes que o velho mestre de Murdock possa levar seu plano a cabo, porém, Céu Negro ressurge.
Após revisitar seu passado, a agente definitiva do Tentáculo parece ter sua fé em Alexandra mais forte do que nunca, ela invade o esconderijo dos heróis, e segue-se uma pequena luta com bons momentos, mas com resultados trágicos.
E se essa breve batalha parecia o clímax do capítulo, quando Elektra chega à base do Tentáculo trazendo consigo a chave do que quer que seja para Murakami, Bakuto, Gao e Alexandra, temos mais uma grande reviravolta enquanto a líder da organização dava seu discurso vitorioso sobre a eficácia de Céu Negro, uma reviravolta que certamente complicará enormemente a vida dos Defensores como um todo, de Matt em particular, no que promete ser um grande desfecho nos dois próximos episódios.
Conforme eu disse no início, o episódio teve seus problemas, fez a evolução de Danny dar dois passos atrás, foi excessivamente expositivo com relação aos objetivos do Tentáculo (poderiam ter feito isso nos primeiros episódios e nos livrado de mais um discurso sobre a "substância"), há alguns diálogos algo bobos e a forma como Matt e Jessica chegaram às plantas da Midland Circle foi algo preguiçosa, mas, por sorte, o que Ashes, Ashes teve de bom foi tão explosivo que a audiência não precisa ficar se apegando aos defeitos e apenas curtir mais um pouco de desenvolvimento das relações entre os personagens, ótimas sequências de luta e uma conclusão de cair o queixo.

"-Você tem certeza de que quer fazer isso?
-Não, eu não quero, mas farei, se tiver."

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