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sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Resenha Série: Punho de Ferro, Temporada 2, Episódio 5: Heart of the Dragon


Pode parecer surpreendente, mas a segunda temporada de Punho de Ferro está dando uma surra de pau mole na cara de todas as outras séries à exceção de Demolidor e Justiceiro. Pra ser cem por cento honesto, estava igual às outras (nominalmente Jesica Jones e Luke Cage), mas com lutas melhores, o quinto episódio da temporada, no entanto, deu o proverbial salto de qualidade e foi, fácil, os melhores 55 minutos de TV que eu assisto em um programa da Marvel/Netflix em muito tempo.
Há um novo Punho de Ferro em Nova York. Um Punho de Ferro com firmeza de propósito e visão muito diferentes de Danny Rand.
Davos tomou o que considerava ser seu direito de nascimento, e está pronto para mostrar ao mundo que não há o que lamentar. De posse do poder do imortal Punho de Ferro ele resolve acabar com a guerra das Tríades simplesmente eliminando os dois lados do conflito. Mais do que isso, Davos não pretende parar nas tríades. Ele está pronto para eliminar todo o crime de Nova York. Talvez mais do que isso.
Aqui cabe ressaltar que o programa está fazendo maravilhas por Davos.
Os flashbacks de seu passado, dando tanto um vislumbre de sua relação com Danny quando eles eram crianças quanto os motivos de sua obstinação por se tornar o campeão de K'un-Lun o humanizam de uma forma quase trágica.
Claro, torná-lo um tipo de édipo light arrasado pela desaprovação da mãe não chega a ser uma novidade, mas oferece ao personagem uma profundidade muito bem-vinda.
Mais do que isso, a falta de uma palavra de Pryia (Gita Reddy), coloca Davos ainda mais como um oposto de Danny, que se lembra, em sua conversa com Ward, das últimas palavras que ouviu de sua mãe. Exatamente o "eu te amo" que Davos ansiava por escutar.
Falando em Danny, ele realmente levou uma coça. O resultado de sua luta com Mary e Davos e do ritual é que o herdeiro da Rand Empreendimentos está um caco e acaba sendo capturado pela gangue do Ryhno (Jason Lai) e só escapa de ser negociado com os Tigres Dourados porque Davos acabou com a gangue e porque Colleen e Misty encontraram seu cativeiro a tempo.
Ferido e incapaz de concentrar seu chi, Danny precisa ficar encostado sob a supervisão de Ward enquanto Misty e Colleen vão atrás de Mary Walker.
Resta saber como Danny, esculhambado e incapaz de conjurar seus poderes poderá impedir Davos de levar seus planos adiante. Mais do que isso, será que nós queremos que Davos seja impedido?
No final do ano passado todos nós estávamos torcendo por Frank Castle que literalmente só não matou Billy Russo em sua guerra pessoal contra os bandidos que tramaram a morte de sua família. É impossível torcer por Davos se ele mantiver seu código de conduta e proteger os inocentes matando apenas os criminosos?
Claro, eu sei que, muito mais do que a moralidade do vigilantismo fatal, há aqui a certeza de que o fanatismo de Davos e sua dedicação cega à missão que se auto-impôs o levará a trilhar um caminho sombrio fazendo coisas ainda mais reprováveis, mas eu gosto da ideia de que, ao menos em um primeiro momento, Davos surja como um Punho de Ferro melhor ou mais eficiente do que Danny.
Danny passou esse episódio inteiro apanhando ou sendo suturado, mas a cena que ele partilhou com Ward foi muito boa para os dois personagens. Ward realmente parece ter se tornado um bom sujeito, e eu gosto disso especialmente porque sua arrogância e má atitude ainda estão ali, mas melhor direcionadas. Vê-lo tendo conversas relativamente normais com Danny, a coisa mais próxima de família que lhe sobrou após ele e Joy se apartarem é refrescante, e o modo como ele reconheceu a obsessão de Danny com o Punho de Ferro como um vício foi um belo toque.
Quanto a Misty e Colleen, eu não estava particularmente ansioso por um spin-off estrelado pelas Filhas do Dragão, mas eu estou gostando da participação de Misty na série. Os primeiros episódios da temporada de Punho de Ferro, mesmo com suas qualidades, vinha tornando Colleen meio chorona e resmungona, talvez num esforço para que ela não continuasse eclipsando o protagonista. Sua parceria com Misty, porém, a colocou em uma posição mais ativa, e, em Heart of the Dragon, ela tem a melhor cena de luta do episódio. Além do mais, por mais que eu tenha tirado sarro do fato de Misty ser a única policial de Nova York, tê-la aqui dá às séries um senso de unidade. Essas pessoas moram na mesma cidade. Elas conhecem umas às outras. E isso é bacana.
Além do mais, se não fosse Misty jamais saberíamos que o código da polícia para pessoas com super-poderes é 616. O quão maneiro isso é?
Enfim, a segunda temporada de Punho de Ferro chega à sua metade deixando claro que aprendeu com os erros do passado e se estabelece com folgas como a melhor série Marvel/Netflix exibida em 2018.
Por favor, mantenham o ritmo!

"-Isso não é uma arma para ser segurada. É para ser usada."

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