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terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Resenha Série: O Justiceiro, temporada 2, episódio 7: One Bad Day


Ora veja... Dessa vez levou apenas sete episódios para o protagonista usar seu uniforme numa temporada Marvel/Netflix. Isso dá à O Justiceiro a medalha de prata nesse quesito, atrás apenas da (excelente, isso mesmo, excelente!) segunda temporada de Demolidor, que abraçou os quadrinhos com o gosto que nenhuma outra série co-irmã teve colhões pra fazer.
Mas divago...
One Bad Day é o capítulo que faz a transição entre a primeira e a segunda metade da temporada de O Justiceiro, e a abertura do episódio, com Madani relembrando o seu interrogatório após os eventos do carrossel no season finale do primeiro ano é apenas a ponta do iceberg de uma boa porção de tempo dedicado à agente da Segurança Nacional tentando fazer as pazes com seu passado.
Madani segue sendo uma mala, uma agente incompetente em seu ofício (ela tem um retrato de John Pilgrim em seu celular e ainda assim não consegue encontrá-lo) e indecisa em suas intenções já que, ela trouxe Frank para Nova York para que ele matasse Billy, e de repente tem uma crise de consciência quando o assassino que ela recrutou parece disposto a fazer o que sempre faz... O tanto de tempo que temos com Madani tentando chegar a termos com seus sentimentos ()me leva a crer que os produtores e roteiristas da série ligam pra personagem muito, mas muuuuuito mais do que a audiência. O fato de a série se encarregar de construir uma fã para ela é meio embaraçoso, especialmente porque a perita inventada com o único intuito de puxar o saco da chefe é uma completa idiota.
Enquanto Madani enche o saco uma barbaridade, Billy Russo vai reencontrando seu lugar no mundo tanto comendo sua terapeuta (numa cena que mostra sexo casual virando quase casamento em tempo recorde...) quanto transformando sua gangue de veteranos arruaceiros em uma quadrilha criminosa de respeito com direito a ensaio e estabelecimento de liderança.
Enquanto isso, Frank e Curtis empreendem uma caçada pelo ex-colega que passa pela brutal tortura de um dos comparsas de Billy, e culmina com o reencontro do Justiceiro e Retalho.
Apesar do tempo excessivo para trabalhar os sentimentos de Madani, One Bad Day é outro episódio de O Justiceiro que se alimenta particularmente bem da finíssima linha traçada entre Frank e Billy. Os escritores e produtores da série acertam a mão ao eventualmente mostrarem o protagonista como uma máquina assassina desprovida de sentimentos, e o antagonista como um ser-humano alquebrado tentando se reencontrar.
One Bad Day é um desses episódios onde é mais fácil simpatizar com Billy, que tenta desajeitadamente criar laços de amizade e meio que se apaixona, do que por Frank que com Frank que tortura friamente um viciado que teve o azar de ser abordado por Russo em um bar.
Ao não se furtar tanto de mostrar a faceta mais sombria de seu protagonista tanto quanto de explorar o lado mais humano de seu vilão, O Justiceiro meio que compensa pelo excesso de Madani, o final do capítulo, que prometia um bom retorno à ação de tiroteios, porém, tem a maior cara de coito interrompido, já que, quando a cena se encaminha para o seu clímax, o episódio acaba... Talvez, se não tivessem passado tanto tempo com as lembranças que Madani tem de dar pro Retalho no chuveiro, desse pra ter, ao menos, um cliffhanger ao invés de simplesmente parar o episódio no meio de uma perseguição automobilística.
Seja como for, a despeito dos graves problemas de ritmo de um episódio mal-distribuído, o final do capítulo chega com a promessa de que o conflito entre Billy e Frank vai escalar rapidamente agora que o Retalho sabe a origem de seus pesadelos com caveiras. Resta torcer para que, no futuro, os episódios de O Justiceiro foquem menos em seus coadjuvantes mais xaropes, e mais no que realmente move a série, no caso a oposição entre a moralidade distorcida de Frank Castle, e a humanidade quase comovente de Billy Russo.


"-Guerra? Escute o que está dizendo. Não estamos em um país estrangeiro com estranhos atirando em você. Estamos em casa. É diferente. Tem que ser diferente.
-É mesmo? Diga isso pra minha esposa e filhos."

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