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quarta-feira, 30 de junho de 2010

Kick-Ass Quebrando Tudo


Hoje pretendo assistir Kick-Ass-Quebrando Tudo, o filme, por isso, foi meio que foi um caminho natural pra mim comprar e ler o gibi antes disso.
A Panini lançou recentemente a obra de Mark Millar e John Romita Jr. no Brasil em uma edição luxuosa, encadernada, de capa dura com verniz localizado e papel de qualidade no miolo, um primor, o preço, R$60,00, provavelmente vale á pena pra nerds mais velhos e que admiram uma estante cheia de gibis com lombada identificável, mas afugentará tantos outros que não estão dipostos á torrar essa grana em quadrinhos, aliás, fica a dica pra Panini: Não seria interessante ter lançado o gibi, também em formato mini-série, mais modesto, á preço de, sei lá, seis, sete pilas por edição?Como combater e reclamar da pirataria quando se lança um gibi extremamente recente como Kick-Ass unicamente em formato luxo? Tiro no pé, rapaziada.
Mas, vamos ao quadrinho. Kick-Ass conta a história de Dave Lizewski, um nerd de dezesseis anos, órfão de mãe, aluno do secundário e viciado em quadrinhos, que, em um momento meio lunático de inspiração, decide se tornar um super-herói. Compra uma roupa de mergulho que modifica transformando em uniforme, se arma com um par de porretes e passa a combater o crime usando a identidade de Kick-Ass.
Não vale contar em detalhes pra não estragar a surpresa de quem for ler, mas é importante saber que, em sua primeira missão de combate ao mal, Kick-Ass não se dá bem, pelo contrário, se dá mal à beça.
É interessante perceber como Millar tenta desconstruir o mito do super-herói, mostrando personagens que não se tornam heróis após um acidente ou tragédia, mas causam acidentes e tragédias por que querem se tornar super-heróis. A violência estampada por todo o gibi mostra o quanto pode ser destrutivo tentar realizar prodígios sem ter sido picado por uma Aranha Radioativa, ser o último filho de um distante planeta moribundo ou ter treinado obstinadamente amparado por uma fortuna bilionária, o festival de golpes brutais que resulta em chuvas de vísceras, nuvens de sangue e mutilações extremamente gráficas e explícitas provavelmente servem pra dar aquele choque de realidade e desencorajar possíveis Dave Lizewskis da vida real.
Os palavrões, espalhados em cada balão de diálogo, deixam o papo dos personagens adolescentes extremamente natural e verossímil, e os desenhos super expressivos de Romita Jr. carregados de uma dinâmica extremamente ágil, não deixam a peteca cair.
Kick-Ass é um quadrinho com o selo Millar de qualidade, se você curtiu outros trabalhos do escocês maluco (Que de maluco não tem nada, basta ver a grana que deve ganhar com as adaptações de seus trabalhos.), certamente gostará de Kick-Ass, ele cria uma história rock'n roll, extremamente divertida, repleta de referências ao mundo dos quadrinhos, e que não tem pretensões de alterar o panorama dos quadrinhos do mundo, nem de edificar o leitor, de quem até tira algum sarro, apenas de dar o que ele quer, diversão e ação, numa embalagem cool e bonita, e, dando aquela escorregada tradicional dos quadrinhos Millar no terceiro ato.
Não é perfeito, mas é maneiro, ora bolas.

"Ele atirou no meu funto!"

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