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sexta-feira, 18 de junho de 2010

Resenha Cinema: Esquadrão Classe A


Ontem convenci meus amigos á deixar o Príncipe da Pérsia de Jake Gyllenhaal pra mais tarde, e assistir a adaptação para os cinemas do clássico da televisão oitentista Esquadrão Classe A. Lembra desse? Era o seriado que mostrava veteranos da guerra do Vietnã, que, traídos pelo exército se tornavam mercenários, e tinha, como grande expoente, Mr. T, interpretando B.A., o sargento casca-grossa que usava uns colares maneiros e um moicano malvadão. Fazia muito sucesso, eu, claro, era fã do B.A. por que ele era o Mr. T, e também fã do Murdock por uma questão de estilo (Nós dois usávamos bonés com frequência), eu tinha bonecos de todos os membros da equipe, e até o furgão extra-cool onde eles rodavam para suas missões. Enfim, era, á despeito da tenra idade, fã da série, e, quando vi que a adaptação sairia, fui tomado pela ansiedade e pela tensão, afinal, alguém lembra de uma adaptação de seriado que tenha funcionado?
As Panteras: Lixo.
S.W.A.T.: Lixo.
Starsky & Hutch: Lixo.
Super máquina: Lixo.
A lista de equívocos é grande, e, pra piorar, é um filme da FOX, o que raramente é um bom sinal. Por outro lado, a direção e o roteiro caírem na mão de Joe Carnaham, diretor do bom NARC e do irregular A Última Cartada, era uma ideia promissora, assim como o envolvimento de Tony Scott na produção. O elenco, encabeçado por Liam Neeson e Bradley Cooper, também parecia tomar o rumo certo, de modo que eu não sabia se as coisas saíriam muito bem ou muito mal pro esquadrão nas telonas.
Bueno, após ver o filme, posso dizer que as coisas deram bastante certo.
Esquadrão Classe A começa mostrando o coronel dos Rangers John "Hannibal" Smith (Liam Neeson, se divertindo adoidado.) em missão de resgate ao tenente Templeton "Cara-de-Pau" Peck (Bradley Cooper, maneiraço no papel.) no méxico. Uma série de coincidências coloca Hannibal no caminho (literalmente) do militar exonerado Bosco B.A. Barracus (Quinton Rampage Jackson, esforçado, mas ainda assim o pior ator do filme.). Após resgatar Peck, os três precisam de um piloto de fuga, e, na ala psiquiátrica de um hospital, eles encontram outro ex-Ranger, o capitão H. M. Murdock (Sharlto Copley, genial), formando o grupo que todo mundo conheceu na TV.
Oito anos e oitocentas missões bem-sucedidas depois eles são uma lenda nas força-armadas, conhecidos por transformarem missões impossíveis em sucessos absurdos. Infelizmente essa fama os torna o alvo ideal para uma trama que envolve a CIA do agente Lynch (O Coruja Patrick Wilson), o exército e o Departamento de Defesa dos EUA da agente Sosa (Jéssica Biel, benzadeus!), e o Esquadrão acaba preso e destituído de suas patentes, sendo forçados a escapar para limpar seus nomes e impedir que um golpe bilionário seja executado às suas custas.
No final das contas, é um filmaço de ação repleto de absurdos que não cai no ridículo apenas por que tem a decência de não se levar á sério desde a primeira sequência de ação. Outro trunfo é o elenco, Liam Neeson e Bradley Cooper caem como luvas no papel do cerebral Hannibal e do mulherengo boa-pinta Cara-de-Pau, e, se Quinton Jackson não chega á ser um Daniel Day-Lewis, não compromete no papel de B.A., mas quem rouba a cena é Sharlto Copley, o Wikus Van Der Merwe de Distrito 9 encarna o pirado Murdock com maestria, e cada cena em que ele aparece garante boas risadas, especialmente suas interações com B.A., o Ranger do ar que executou 516 saltos bem sucedidos e ficou com medo de voar após um único passeio com Murdock.
Como de hábito, tenho que ressaltar que não, Esquadrão Classe A não é um filme perfeito, mas ele abraça seus defeitos (O exagero, o absurdo, até uma pequena dose de canastrice aqui e ali.) ao invés de disfarçá-los, o que torna toda a viagem mais divertida e saborosa.
Vale muito a pena.

"Adoro quando um plano dá certo."

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