Pesquisar este blog

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Resenha Cinema: O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus


Sou fã de Terry Gilliam. Fã de carteirinha, um de meus filmes preferidos é O Pescador de Ilusões, adoro Os 12 Macacos e o Monty Python, curti Brazil - O Filme, enfim, gosto muito do trabalho de Gilliam, até o irregular Os Irmãos Grimm tem cadeira cativa na minha estante de DVDs, e ainda sonho em ver, um dia, seu (azaradíssimo) filme de Dom Quixote, mesmo que seja sem Johnny Depp.
Sendo, pois, fã do cineasta, foi com grande ansiedade que corri pro cinema no sábado à noite para assistir O Mundo Imaginário do Doutor Parnassus, seu filme mais recente.
O longa conta a história do doutor Parnassus (Christopher Plummer, excelente.), um sábio imortal que viaja pelo mundo com seu espetáculo itinerante, em que conduz a imaginação das pessoas por um mundo mágico até que elas possam escolher entre a sabedoria e a iluminação, ou entre a danação e as trevas.
Acompanhado de sua trupe, formada por Anton (Andrew Garfield), Percy (Verne Troyer) e sua filha Valentina (Lily Cole), Parnassus segue com sua rotina escondendo um segredo: Mais de mil anos atrás, ele iniciou uma rotina de apostas com Nick, o diabo (Tom Waitts, maneiro.), que lhe concedeu imortalidade em um jogo de arrecadação de almas.
Acreditando ter superado o coisa-ruim, Parnassus continuou jogando com o capeta, até que, apaixonado, fez sua aposta mais arriscada, pedindo juventude e vigor em troca de qualquer filho que viesse a ter. Parnassus manteve-se sem filhos até que, milagrosamente, sua mulher engravidou aos sessenta anos, gravidez que gerou Valentina, que, ás vésperas de completar dezesseis anos, está prestes á ser coletada pelo inimigo de seu pai.
Parnassus, hoje um pálido reflexo do homem que foi, está desesperado e entregue á bebida, até que Nick surge, e oferece um último acordo á ele: Quem coletar cinco almas primeiro, vence, e mantém Valentina.
Desesperado ele aceita, embora sejam novos tempos, e seu espetáculo já não tenha o apelo que teve em outros tempos, Parnassus parte para o tudo ou nada, mas precisará de ajuda para superar o diabo e salvar sua filha e ela chega na forma de Tony (Heath Ledger, Johnny Depp, Jude Law e Colin Farrel, todos muito bem), um estranho amnésico que eles encontram pendurado pelo pescoço na ponte de Londres e o convence á repaginar seu número para vencer a aposta derradeira, mas será que Tony é confiável?
Tá aí a premissa, maneira, original, e, quando vemos o filme, as boas atuações e o visual único empregado por Gilliam á seus filmes tornam a experiência toda ainda mais maneira.
Mas o filme tem lá seus defeitos. A morte de Ledger durante as filmagens, que forçou a participação dos parceiros Depp, Law e Farrel certamente dá uma quebrada no ritmo do filme. A participação dos três atores, fazendo o papel de Tony no mundo imaginário é legal, e casa bem com o tom da história, entretanto, o terceiro ato me deixou com uma sensação de que aquele, no final das contas, não foi bem o filme que Gilliam queria fazer, mas foi o que ele pôde fazer considerando tudo. O resultado é um ritmo um pouco irregular, especialmente levando em conta a cartilha dos filmes hollywoodianos que vemos sempre. No final das contas, ainda gostei do filme, e continuo fã do Gilliam, de quem quero continuar assistindo filmes, de preferência, filmes com trajetórias mais tranquilas por trás das câmeras.

"Não mate o mensageiro!"

Nenhum comentário:

Postar um comentário