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terça-feira, 23 de outubro de 2018

Resenha Série: Demolidor, temporada 3, episódio 2: Please


Atenção! Há spoilers abaixo.
O segundo episódio da temporada de Demolidor manteve-se focado na alma perdida do homem sem medo, mas começou a atirar um pouco de gasolina na fervura para garantir a sequência da série.
Porque por mais interessante e justificável que seja termos Matt se recuperando de seus ferimentos, lutando com os traumas de sua experiência de quase morte, e trocando farpas com a irmã Maggie, não é apenas isso que move Demolidor.
E um dos jogadores centrais da série dá um passo importante no final desse episódio. Após sofrer um atentado na prisão por conta do sucesso de seu acordo com o FBI, Wilson Fisk, o Rei do Crime consegue ser colocado em prisão domiciliar, mas chegar até a sua nova casa se torna particularmente complicado porque a mafia albanesa não está nem um pouco feliz com a música que Fisk tem cantado feito um canário no ouvido dos federais.
O violento ataque engendrado pelos inimigos do Rei (não tinha uma banda com esse nome?) só não custa a vida de Fisk graças à brilhante intervenção do sniper do FBI Ben "Dex" Poindexter (Wilson Bethel).
O agente não é apenas um exímio atirador, ele é um atirador quase sobrenatural, capaz de ricochetear tiros com a habilidade do Pistoleiro Floyd Lawton, da DC, mas, aparentemente, capaz de transformar até mesmo os pentes descarregados de seu fuzil e pistola em armas de arremesso letais.
Os fãs de quadrinhos sabem perfeitamente quem é Poindexter, mas, nesse episódio, ele é apenas o último homem de pé após um massacre que quase custou a vida de Fisk, e, claramente, um homem que, a exemplo do Justiceiro na temporada passada, não acredita em meias-medidas, conforme fica claro quando dois atiradores se rendem após o ataque.
A sequência toda, mostrada do ponto de vista de Fisk em um momento absolutamente indefeso, algemado dentro de um carro capotado sob fogo, é genial, e nos leva a imaginar duas coisas. Primeiro: O quanto o Rei sabia o que estava fazendo ao começar a denunciar os albaneses? Será possível que ele estaria disposto a arriscar sua vida apenas por amor à Vanessa? Não me entenda errado, eu realmente acredito que Wilson a ame, mas Fisk não se tornou o Rei do Crime de Nova York sem uma pesada dose que maquiavelismo. O que mais há na natureza de sua delação além de salvaguardar Vanessa e conseguir trocar sua cela por uma confortável prisão domiciliar na cobertura de um hotel em Manhattan? Após ver o quanto ele esteve perto de pagar com a vida por essa aposta, só podemos supôr que a recompensa deve ser enorme.
O segundo ponto é:
Como será que Wilson Fisk vai conseguir trazer Poindexter, que claramente o despreza, para seu lado? Porque, sejamos francos, quem viu os trailers da temporada já adivinhou quem era o matador fantasiado de Demolidor nas prévias. Mas como Pindexter irá de agente federal com inclinação ao "justiceirismo" a matador fantasiado do Rei do Crime, promete ser uma bela viagem.
Alguns momentos do episódio são um pouco arrastados. Todo o segmento do agente Nadeem e seu desespero para continuar sendo o elo entre Fisk e o FBI e o impacto que isso pode ter em sua carreira e remediar seus problemas financeiros.
Por enquanto o personagem está em um limbo onde não sabemos ao certo se ele será um joguete de Fisk (uma impressão justificada, já que o sujeito parece estar atolado em dívidas e Fisk nada em grana mesmo com os bens congelados...) ou um meio-campo entre o vilão e o Demolidor.
Foggy e Karen também se arrastam um pouco, ele em uma embromada cena com sua família, ela, tentando arrancar um depoimento da filha do homem atacado no primeiro episódio, mas eu não vou me queixar de passar um pouco de tempo com Foggy e Karen, eles estão entre meus coadjuvantes preferidos em todas as séries, junto com Colleen e Micro.
Além da ótima sequência de ação durante a mudança de Fisk, ainda fomos premiados com o Demolidor perseguindo os pretensos sequestradores do capítulo anterior até uma lavanderia onde o pau cantou novamente.
Se mais nada cativar a audiência, sempre podemos esperar ansiosos por Demolidor para ver as melhores cenas de luta da Marvel/Netflix. Qualquer pancadaria envolvendo o diabo da guarda de Hell's Kitchen é garantia de qualidade, até mesmo uma coisa aparentemente simples como três sujeitos trocando sopapos no depósito de uma lavanderia.
O segundo capítulo de Demolidor começou em marcha lenta, mas foi acelerando conforme andava até fechar em alta velocidade com uma ótima sequência de apresentação para um personagem clássico dos quadrinhos que a audiência queria ver já há bastante tempo, além de nos manter conectados a Matt e mostrar mais um pouco da humanidade de Wilson Fisk ao deixá-lo despido de sua superioridade em um momento de extrema tensão.

"-Graças a Deus por você.
-Ele não te ajudou. Eu ajudei."

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