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segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Resenha Série: Demolidor, temporada 3, episódio 11: Reunion


Atenção! Spoiler abaixo!
Se houve o proverbial momento de respiro na terceira temporada de Demolidor, foi este Reunion.
O décimo primeiro episódio da temporada foi o momento que, de fato, fez a história dar uma estacionada, mas o fez com a excelência que o programa tem esbanjado ao longo desse ano fazendo com que esse respiro fosse acelerado e o mais silencioso possível ao mantê-lo, em boa parte, restrito à igreja, com Matt e Karen tentando se esconder do FBI e da polícia após o ataque de Poindexter.
Isso leva a um longo jogo de gato e rato, com Nadeem e Poidexter vasculhando cada canto da igreja e da sacristia em busca do vigilante e da repórter enquanto a irmã Maggie tenta afastá-los de todas as formas possíveis.
Enquanto Matt e Karen cozinham na pressão, Fisk segue sua escalada de volta ao trono criminoso de Nova York.
Após ter o caso contra si retirado pela procuradoria, Wilson faz uma declaração pública para dizer que não é e nem nunca foi o vilão da história, mas uma vítima de uma campanha difamatória engendrada pela mídia e pelo Demolidor...
Vincent D'Onofrio é tão naturalmente sinistro em seu retrato do Rei do Crime, que é quase inacreditável que qualquer discurso feito por ele pudesse acalmar uma multidão, eu sei, entretanto seu intento não é acalmar ninguém, apenas apontar o dedo para o Demolidor e garantir que Matt esteja tão miserável quanto possível.
O rei não vai abandonar seu domínio. Ele quer apenas garantir que seu maior inimigo esteja arrasado enquanto ele retorna a seu posto comandando o crime de Nova York de dentro de uma cobertura com Vanessa a seu lado, essa é sua ideia de perfeição, e, para que tudo esteja perfeito, com o Demolidor na lama e Vanessa a seu lado, o único detalhe faltando é a pintura que conectou o rei e a mulher que ele ama, o Coelho na Nevasca, que retornou à sua proprietária por direito, senhora Esther Falb (Lesley Ann Warren, falhando em parecer ter oitenta anos...).
Isso nos leva à uma longa cena entre Fisk e Esther, que vai um pouco além do estritamente necessário especialmente porque parece servir apenas para mostrar tanto a faceta mais humana do Rei, quanto que o povo de Nova York não vai esquecer tão facilmente quem ele é... Não chega exatamente a ser uma novidade ou movimentar a trama, mas ao menos nos leva a mais uma cena onde fica claro o quanto é perigoso andar de carro com Wilson Fisk, especialmente quando ele está frustrado e estabelece a que alturas ele chegou em termos de poder. O mafioso basicamente faz o que quer, na hora em que quer, independente de quem está por perto.
Entretanto, graças à Maggie, Mahoney e à mudança de postura de última hora de Nadeem, Karen consegue escapulir da cena do crime usando o kung-fu jurídico de Foggy Nelson.
Aqui cabe abrir o parentese de que, enquanto Dex foi sendo desumanizado conforme se aproximava de Fisk, Nadeem fez o caminho exatamente oposto. Se a ideia da série era fazer a audiência se importar com ele, então os miseráveis conseguiram mesmo. O personagem que carrega o peso da trama em que foi envolvido nos ombros se redesenhou em uma figura trágica que, à essa altura, não tem mais pra onde se virar em busca de expiação pela baderna que inadvertidamente ajudou a criar.
O ponto derradeiro de Reunion, porém, não é a situação de Nadeem, mas a reunião do título.
Matt, Foggy e Karen estão juntos novamente. E embora Matt ainda acredite que a única forma de deter Fisk seja matando o criminoso, ele fica tão feliz em estar novamente com seus amigos que está disposto a dar uma última chance ao sistema, e trabalhar com eles para tentar colocar fim às maquinações do bandido dentro da lei, antes que seja tarde demais e o alcance dele seja tão grande que ele simplesmente não tenha opositores, e, para fazer isso, eles precisam de um aliado de dentro da operação. Alguém que conheça os pormenores da organização de Fisk mas esteja disposto a se colocar contra o Rei do Crime.
Alguém como Ray Nadeem.
O que nos leva à ótima sequência de ação que encerra o capítulo.
O décimo primeiro episódio de Demolidor se encaminha para os momentos decisivos da temporada, preparando nosso trio de heróis e seus aliados para a batalha definitiva contra Wilson Fisk e seu sindicato criminoso. A despeito de passar uma boa parte de seu desenrolar encaixotado na igreja, em seu terço final o capítulo faz a história andar de maneira agradável, sem martelar na imoralidade das ações de Matt, mas focando na luta dos mocinhos para fazer justiça enquanto se mantém vivos.

"-Se vamos levar sua família pra um lugar seguro você precisa confiar em mim.
-Eu não confio em ninguém.
-Bem, eu confio em você."

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