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domingo, 18 de outubro de 2009

Resenha Cinema: Distrito 9


O meu ano cinematográfico não estava exatamente memorável em 2009. Haviam sido lançados bons filmes, é verdade. Eu gostei de Transformers 2, gostei de Jornada nas Estrelas, achei Watchmen decente (Não chega aos pés do gibi, aos pés!), houveram surpresas maneiras como Arraste-me para o Inferno, Se Beber Não Case (Por que, meu Deus, por que The Hangover se chama Se Beber Não Case e não A Ressaca???), e outros filmes bacaninhas, mas a verdade é que, em termos de cinema, 2009, depois de bombas atômicas como G.I. Joe e Dragonball Evolution estava muito mais pra “É... Não foi tão ruim...” do que pra “Mas que baita filme.”, categoria onde, pra mim, só haviam se enquadrado Gran Torino e Up – Altas Aventuras.
As coisas mudaram um pouco nesta semana. Terça-Feira eu fui assistir Bastardos Inglórios, um senhor filme do Quentin Tarantino, e hoje, me locupletei com Distrito 9.
Eu já tinha vontade de ver o filme desde que li á respeito pela primeira vez. A ficção científica sul-africana bancada pelo produtor Peter (Senhor dos Anéis) Jackson era promissora, e como fã de sci-fi e de Peter Jackson eu tinha que assistir ao filme, nem que fosse pra avacalhar depois.
Não vou avacalhar nada. Distrito 9 é um filmaço! O diretor estreante, Neill Blomkamp construiu com o orçamento modesto (Em Hollywood não se faz uma comédia romântica com isso.) de 30 milhões de dólares (segundo a produção, mas eu não acredito que tenha sido só isso.) uma história empolgante, divertida e que deixa o espectador imaginando o que vai acontecer á seguir até o final do filme e além (Eu ainda estou pensando se haverá um Distrito 10!).
Na trama uma imensa espaçonave alienígena estacionou acima de Johanesburgo, na áfrica do Sul, lá dentro, mais de um milhão de alienígenas, desnutridos, enfermos e sem comando são encontrados e assentados em um acampamento abaixo da nave-mãe. Por vinte anos os aliens, chamados pela população local de “prawns” (camarões), permaneceram segregados no assentamento, se multiplicando, sendo explorados e marginalizados por traficantes locais, pelo governo e por corporações (Ansiosas por descobrir formas de utilizar o armamento prawn, extremamente avançado, mas desenvolvido especificamente para o código genético dos extraterrestres.) enquanto ganham a antipatia dos vizinhos humanos, que demandam providências das autoridades.
A providência surge na forma do Distrito 10, um campo de concentração á 200 quilômetros de Johanesburgo onde os alienígenas permanecerão isolados do restante da população. Wikus Van Der Merwe, um burocrata cretino é nomeado responsável pela operação de realocação, enquanto desfila sua total falta de consideração pelos alienígenas, se envolve em um acidente com um fluido alienígena, que mescla seu DNA com o dos prawns, tornando-o a única pessoa da terra capaz de manusear a tecnologia dos visitantes indesejados.
Tendo essa capacidade, Wikus é obrigado a fugir e se esconder dos humanos, ansiosos por dissecá-lo, no único lugar onde pode esperar alguma aceitação: O Distrito 9.
Lá ele encontra o prawn Christopher, responsável involuntário por sua desgraça, e ansioso por voltar para seu planeta natal com o filho, á quem se alia em busca de uma cura pra sua extraordinária condição.
Talvez a história em si não traga grandes inovações, “homem é obrigado á se aliar ao grupo que despreza em nome de sua sobrevivência, e enquanto faz isso vê suas próprias atitudes pela ótica daqueles que considerava inferiores.” E inclusive faz paralelo com uma desgraça real da África do Sul, a infame política do Apartheid, assim como o Distrito do título com o subúrbio de Soweto, mas a forma como é contada, e que talvez desagrade algumas platéias, é muito maneira, com a ação sendo mostrada, muitas vezes, através de câmeras que acompanham a realocação dos prawns, reportagens de TV e câmeras de vigilância, dando uma cara de documentário ao filme (como em Cloverfield.). Além disso, outro trunfo de Distrito 9 são os personagens principais.
O alienígena Christopher é excelente, inteligente e honrado, quer apenas voltar pra casa, e fica verdadeiramente chocado ao ver o que acontece á seu povo nas mãos dos terráqueos, nós realmente torcemos por ele.
E Wikus é genial. Ele não é um herói, é repleto de falhas de caráter, e se desespera ao perceber o que está lhe acontecendo (Uma metamorfose digna de Gregor Samsa e Jeff Goldblum.), o que não melhora em nada a sua conduta, e em certos momentos, a deixa pior, um autêntico ser humano.
Distrito 9 é excelente, um dos melhores filmes de 2009, e serve pra mostrar á Hollywood que nem só de adaptações e remakes se faz cinema. E que venha Avatar!

"Ei, não aponte essas porras de tentáculos pra mim!"

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