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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Madrugada na Ishimura...


Já deve ter te acontecido. Um domingo de noite, computador quebrado, tu está sentado confortavelmente no teu sofá arranjando um trauma perene pela exposição prolongada á um jogo de Survivor Horror (No meu caso o excelente Dead Space), quando bate aquela sede, te obrigando á ir até a cozinha apanhar um copo de suco.
É lá, na solidão modorrenta da cozinha em uma madrugada insône que a gente pode se pegar fazendo uma análise de coisas tão diversas quanto como matar aquele necromorfo safado que insiste em tentar te impedir de religar os motores da Ishimura, quanto o jogo do Inter contra o São Paulo no meio da semana, os preparativos para o ingresso na era FIFA 2010 (Que eu espero, dê-se hoje.), e até a saudade que eu sinto das mulheres da minha vida.
Todas elas.
Não me entenda mal, não sou um polígamo frustrado, não iria querer me relacionar com mais de uma mulher ao mesmo tempo. Não acho que tenha as aptidões físicas e (i)morais para tanto, e mesmo nos meus períodos de galinhagem, o que eu fazia era colecionar relacionamentos de curtíssimo prazo, e não acumulá-los em versões mais duradouras.
Quando digo que tenho saudades de todas as mulheres da minha vida, refiro-me, na verdade, ás qualidades que cada uma delas tinha e que me mantiveram hipnotizado ao redor delas.
A expontaneidade beirando a intrusão e falando pelos cotovelos como se tivesse, como a deusa Káli, oito braços, a beleza, a urgência, a ternura e os apelidos bobos, desenvolver segurança, e por consequência confiança... Essas coisinhas que tornam relacionamentos especiais.
O medo, também, o temor de iniciar um novo relacionamento, quando a pessoa que conhece as qualidades que tu quer mostrar passa a perceber os defeitos que tu preferia esconder, mas que são o que te fazem ser quem é, a hora em que a outra pessoa descobre que tu não é tão inteligente ou descolado quanto parecia, que tu ronca, que esquece o nome dos namorados das amigas dela e sempre diz "prazer" quando encontra eles. Quando tu descobre que sexo com ela é cósmico, e ela descobre que sexo contigo é legalzinho, até, em que tu percebe que a rotina com uma pessoa expansiva como ela ás vezes vai ser difícil e ela percebe que a rotina com um cara anti-social que nem tu é insuportável, até aquele momento em que tu percebe que ela mudou, e ela percebe que tu não vai mudar, é foi melhor sumir...
Volto pro jogo, Isaac Clarke precisa de mim, aqueles necromórfos não vão se matar sozinhos (Pena.).
Suquinho á direita, cachorro á esquerda, controller na mão, um suspiro, lembrando o quanto é doce quando vocês conversam, como ela te faz sentir bem...
Vale a pena. Todas as mazelas são incapazes de suplantar o valor desse ponto, em que filmes românticos fazem sentido, e algumas canções são especiais.
Vamos mandar esses aliens lá pra casa do Capita e limpar a Ishimura.
"Lay down your arms, and surrender to me..."

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