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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Resenha Cinema: Quero Matar Meu Chefe


Entre as pessoas que tem ou já tiveram um emprego, é bastante considerável a possibilidade de que tenham, ou já tenham tido um chefe em algum momento da vida. Aquela figura de autoridade que, inevitavelmente, por se tatar de um ser humano, erra a medida e acaba se tornando desagaradável, arbitrário, ou chato.
Quem nunca ficou bravo com o empregador? Quem nunca teve vontade de mandar o patrão longe? Quem nunca quis matar o chefe?
O trio de protagonistas de Quero Matar Meu Chefe (Horrible Bosses no original), Jason Bateman, Jason Sudeikis e Charlie Day leva a possibilidade tremendamente a sério, e após encararem silenciosos os abusos de seus patrões por todo tempo que suportam, eles encontram seus limites e finalmente resolvem se vingar matando o trio, composto pelo executivo psicopata vivido por Kevin Spacey (ótimo como sempre), a dentista ninfomaníaca interpretada por Jennifer Aniston (Finalmente mostrando que é capaz de fazer algo além da Rachel, de Friends...) e o herdeiro cocainômano de um irreconhecível e hilário Colin Farrel.
Como os personagens centrais não são matadores, eles recorrem a um profissional, Ferra-Mães Jones (Péssima tradução do original "Motherfucker" Jones, um Jamie Foxx se divertindo às ganhas), que se torna seu "consultor de homicídio", e lhes sugere que matem as vítimas uns dos outros, ao melhor estilo Pacto Sinistro, de Hitchcock, de modo a evitar que as motivações os denunciem.
A premissa mesmo sem ser original, valia uma olhada, especialmente se levarmos em conta que se trata de uma comédia adulta, gênero que ressucitou com Penetras Bons de Bico e principalmente O Virgem de 40 Anos, aliada ao elenco de primeira, especialmente do lado do mal, leva a crêr que o filme seguirá muito bem, obrigado, até o final da projeção. Não é, porém, o que acontece.
Apesar de contar com dois núcleos de elenco bastante interessantes, o diretor Seth Gordon não tem lá mão muito leve pra coisa, e parece ter sentido alguma insegurança em explorar, de fato, a maldade dos três chefes, o que fica particularmente nítido com o subaproveitamento de Farrell, que mal tem chance de fazer a audiência rir com sua postura de pançudo metido a artista marcial e combover constrangedor.
Ao invés disso, Gordon escolhe a saída mais fácil, apostar em Sudeikis sendo o chauvinista pegador, em Day como o bom-moço histérico, e em Bateman, bom... sendo Bateman.
Outro problema é a tradução do filme, aparentemente o estúdio quis reduzir a censura ao não traduzir literalmente os palavrões, de modo que muitas das piadas verbais do longa, e mesmo algumas das piadas de situação baseadas em desconforto no segmento do personagem de Charlie Day simplesmente se perdem na tradução por conta da tentativa de amainar o linguajar. Quem entende um pouco de inglês, porém, não se sentirá particularmente lesado por isso.
Apesar dos problemas o filme ainda rende boas risadas (A aparição relâmpago de Ioan Gruffud, Reed Richards em pessoa, é particularmente inesperada e hilária)e tem algumas sequências muito boas, mas fica a sensação de que com um Judd Apatow envolvido na produção, o resultado podria ter sido bem melhor.

"Não se ganha uma maratona sem uns band-aids nos mamilos."

2 comentários:

  1. Tu sabes que eu joguei no google essa frase pra saber se mais alguém tinha rido tanto dessa tradução como eu, especificamente o "Não se ganha uma maratona sem uns band-aids nos mamilos", que pra mim faz todo o sentido, já que corro, não inteiras, mas meia-maratonas.

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  2. Cara, ri muito porque também tenho reação alérgica ao poliéster das camisetas de corrida, realmente a frase do Spacey tem muito sentido, eheheheeh.

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