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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Resenha Filme: O Incrível Hulk


Como Os Vingadores vem aí, e a Casa do Capita fez resenhas de todos os filmes que pavimentaram o caminho até o filme do grupo, exceto O Incrível Hulk, resolvi aproveitar o ensejo e reparar essa injustiça com o verdão.
Vamos lá:
Se foi ao Homem de Ferro que coube a honra de iniciar o caminho da Marvel enquanto estúdio nos cinemas do mundo, a medalha de prata caiu no colo de um personagem que provavelmente era o mais bem sucedido herói Marvel além das páginas dos gibis até o boom das produções de quadrinhos nos anos 2000:
O incrível Hulk.
A versão Stanleeniana de Jeckyll e Hyde fora um tremendo hit televisivo nos anos setenta e oitenta, tendo estrelado uma longeva série de TV e uma porção de telefilmes sempre estrelados pela dupla Bill Bixby como David (e não Bruce) Banner e Lou Ferrigno (O Hulk).
Olhando em perspectiva, acho que o Hulk foi o primeiro personagem de quadrinhos a aparecer em crossovers com outros heróis em live action até a Viúva Negra dar as caras no segundo filme do Homem de Ferro em 2010. O Hulk de Bixby/Ferrigno contracenara com o Thor em O Retorno do Incrível Hulk (1988) e com o Demolidor em O Julgamento do Incrível Hulk (1989) até sumir do radar das adaptações.
O personagem passou um bom tempo restrito aos gibis até voltar à TV em uma animação nos moldes da série animada do Homem-Aranha entre 1996 e 97, para finalmente ter uma chance no cinema em 2003.
O Hulk, dirigido por Ang Lee era o tipo de coisa que parecia à prova de falhas. Um então desconhecido Eric Bana como Bruce Banner, Jennifer (ohmeuDeus) Connelly como Betty Ross, Sam Elliot como Thunderbolt Ross, e Nick Nolte como o pai de Bruce Banner. Na origem era o tipo de filme que merecia ser visto, tanto que eu estava no cinema em uma pré-estréia com mais umas quinze testemunhas (três sujeitos com bonecos e camisetas do Hulk me deixaram meio temeroso, confesso). Mas entre o dramalhão com cara de complexo freudiano, um protagonista digital que não convencia quando se movia e um poodle hulk, algo deu muito errado. Tão errado que a Universal, que bancara o longa do gigante esmeralda, abandonou o personagem de vez, e seus direitos acabaram revertendo à Marvel.
Foi de onde veio esse O Incrível Hulk, estrelado por Edward Norton, que saiu no mesmo ano em que o Homem com Ferro de Robert Downey Jr. e que parecia gozar das mesmas credenciais, como um protagonista talentoso e com alguns problemas fora da tela (Ed Norton chegou a se recusar a promover Uma Saída De Mestre para a Paramount) e um diretor sem grandes trabalhos no currículo (Louis Leterrier tinha feito dois Carga Explosiva e Cão de Briga).
O Incrível Hulk, que tinha um roteiro escrito pelo próprio Norton e Zak Penn (De X-Men 2 e 3) não chegava a propriamente reiniciar a história do gigante verde, nem era propriamente uma continuação da fita de Ang Lee, no final das contas, o filme parecia tentar dar um sentido de continuidade tanto ao longa com Eric Bana quanto à série de TV com Bill Bixby e Lou Ferrigno, mas trilhando um outro caminho, e já começava com um Bruce Banner refugiado na América do Sul (Mais especificamente na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro) e consciente da condição Hulk.
Enquanto trabalhava clandestinamente em uma fábrica de guaraná, Banner pesquisava uma cura para sua maldição com a ajuda de um correspondente misterioso, o Sr. Azul, que mais tarde descobriríamos ser Samuel Sterns (o futuro vilão Líder, interpretado por Tim Blake Nelson). A experiência de Banner porém falha, e, como desgraça pouca é bobagem, ele se vê novamente no radar da SHIELD e do exército dos EUA e seu desafeto, o general Ross (William Hurt).
Decidido a se livrar do Hulk, Banner volta aos Estados Unidos para se encontrar com Sterns, mas sendo perseguido por Ross e seu homem de confiança, Emil Blonsky (Tim Roth) um soldado veterano obcecado pelo poder do Hulk, ele precisa se esconder e contar com toda a ajuda que conseguir, inclusive a de Betty Ross interpretada por Liv (ohmeuDeus) Tyler, sua ex-namorada.
O Incrível Hulk era um bom filme de super-herói. O elenco qualificado ajudava muito, mesmo que o corte que foi aos cinemas e está na TV não tenha sido feliz ao limar várias sequências que desenvolviam o protagonista e alguns coadjuvantes ao mostrar o desespero de um sofrido Banner em ter que viver sozinho e afastado de todos por conta de sua face verde e furiosa (Essas sequências podem ser quase todas vistas no DVD duplo e no Blu-Ray do filme, vale a pena).
Além disso, ainda tinha boas sequências de ação, como a luta do Hulk contra a unidade de elite do exército que o perseguia pela favela e contra o exército americano liderado por um Emil Blonsky turbinado por uma imitação do Soro do Supersoldado do Capitão-América, mas a grande pancadaria do filme era mesmo o enfrentamento do golias verde contra o Abominável, a versão gama de Blonsky, outro monstro verde, gigante e super forte. Entre golpes titânicos, destruição desmedida e muitos rosnados o clímax do confronto chega com um incrível "Hulk Esmaga!".
Apesar de divertido, porém, o Hulk de Leterrier e Ed Norton não foi bem nas bilheterias. Faturou mais do que o orçamento, mas não fez a carreira que seus colegas de estúdio fariam mais tarde. Norton ainda brigaria com a Marvel por conta da edição do filme e se afastaria de Os Vingadores. Ainda assim, olhando em perspectiva, eu acho que a despeito das falhas, O Incrível Hulk é meu filme preferido da Marvel enquanto estúdio, e embora eu vá sentir falta de Edward Norton, ficarei feliz de ver o gigante esmeralda em ação novamente em Os Vingadores.

"-Não me deixe com fome. Você não vai gostar de me ver com fome... Fome?"

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