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segunda-feira, 2 de abril de 2012

Game of Thrones: Segunda Temporada


Vou confessar que vi o primeiro episódio de Game of Thrones no ano passado carregando uma reticência quase total. A simples ideia de uma série de TV baseada em um livro de fantasia medieval me fazia pensar em mais uma tentativa de emular O Senhor dos Anéis e me arrancava bocejos.
Ver que um dos atores principais da empreitada era Sean Bean, aparentemente com a mesma peruca do Boromir não ajudava. Não...
Definitivamente Game of Thrones não me chamava a atenção.
Eu não vi o primeiro episódio na estréia. Tampouco vi o segundo. Olhei daqui e acolá partes de reprises, apenas. E não me empolguei. Algumas escrotíssimas listas de itens que procuravam mostrar porque Game of Thrones era melhor do que O Senhor dos Anéis apenas aumentou minha antipatia pela série. Foi apenas após uma incursão à uma livraria que frequento, e uma olhada por cima no livro um das Crônicas do Gelo e Fogo de George R. R. Martin, que resolvi dar uma chance à série.
E foi o que bastou para, livre de preconceitos, me afeiçoar a Eddard, Caitlin, Bran, Hobb e Arya Stark, Tyrion, Cersei e Jamie Lannister, Daennerys Targaryen, Khal Drogo, Robert Baratheon, Jon Snow e vários outros personagens riquíssimos em uma história de fantasia medieval dura e crua, repleta de intrigas palacianas.
O que falta a Game of Thrones em termos da magia e do impacto que sobram em outras histórias do mesmo gênero é compensado pela criação de personagens que exalam realismo mesmo no ambiente fantástico de Westeros. Embora hajam heróis autênticos em Game of Thrones (Eddard Stark e Jon Snow, por exemplo...) não existe aquele grande vilão óbvio. Os Lannisters, por desprezíveis que sejam em várias ocasiões, ainda são personagens interessantes, especialmente Tyrion (Peter Dinklage, ótimo no papel), os bárbaros Dothraki, de Khal Drogo são saqueadores, estupradores e assassinos, o rei Robert Baratheon era um monarca irascível acovardado e mais interessado em vinho e prostitutas do que em conquistas, e ainda assim, nós simpatizávamos e nos importávamos com eles em diversas ocasiões.
A primeira temporada se foi. Personagens que supúnhamos protagonistas morreram. Alianças que julgávamos sólidas se desfizeram em traições e ardis. O poder mudou de mãos, guerras foram declaradas, forças julgadas extintas reveladas e novos perigos passaram a espreitar de além da Muralha e nós passamos quase um ano roendo as unhas e esperando pelo reinício da série...
Ontem às dez da noite na HBO finalmente a espera foi recompensada. O episódio The North Remembers nos levou de volta à uma Westeros mergulhada na guerra dos Stark e do norte contra a king's Landing e o trono de ferro nas mãos dos Lannister. Mostrou que as coisas não vão bem para a Khaleesi Daenerys Targaryen, seus dragões e seu khalasar improvisado, que Joffrey não é um rei dos mais populares, e que além da Muralha coisas sinistras tomam posição, além de apresentar novos personagens e muita lenha pra jogar na fogueira. Mostrou, também, que Westeros ainda é um lugar complicado pra se viver se você não for versado nas artes da intriga, e mesmo assim, ainda poderá ter problemas. Mas acima de tudo, mostrou que o público pode se preparar para mais uma fornada de episódios de uma série excelente, com elenco afiado e produção caprichadíssima com o padrão HBO de qualidade.
O único defeito de Game of Thrones até aqui?
Uma semana é tempo demais pra esperar pelo próximo episódio.

"-Três vitórias não o tornam um conquistador.
-Melhor do que três derrotas..."

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