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quarta-feira, 2 de maio de 2012

Resenha Cinema: A Perseguição


Mais um feriado em Porto Alegre, e ainda com a cabeça latejando depois de Os Vingadores, me vi no cinema pra assistir A Perseguição, longa metragem que reúne o ator Liam Neeson e o diretor Joe Carnahan depois de Esquadrão Classe A.
A Perseguição narra a desventura de um grupo de operários que trabalham com prospecção petrolífera no Alasca. Ao voltarem pra casa, sofrem um acidente aéreo que deixa apenas sete sobreviventes perdidos, a quilômetros de distância de qualquer civilização, feridos e famintos à espera de um resgate que pode jamais chegar.
Pra piorar, o grupo se vê na mira de uma territorial alcateia, que parece extremamente descontente com a presença dos prospectores na região.
Liderados por John Ottway (Neeson), eles precisam fugir do território dos animais em meio aos rigores do inverno na região inóspita contando apenas com a liderança de Ottway e a força de vontade de seu pequeno (e cada vez mais reduzido) grupo nyuma batalha onde os homens são flagrantes azarões.
É interessante ver Joe Carnahan trabalhando com poucos recursos novamente. O sujeito que fez o ótimo Narc com pouco mais que nada anos atrás e que pareceu ter sido, para o bem e para o mal, seduzido pela pirotecnia em seus trabalhos seguintes, mostra novamente que é capaz de trabalhar com pouca coisa.
Afinal, ali está um elenco de meia dúzia de nomes, apenas uns três sendo reconhecíveis, e um ambiente agressivo. Some-se a isso um ótimo trabalho com o som, e um ou outro vislumbre rápido dos lobos, e pronto:
Temos uma bomba de tensão em que é difícil relaxar na cadeira do cinema. Nunca o ruído de uivos e latidos nas sombras foram tão assustadores. E Joe Carnahan mostra que sabe jogar com esses elementos evocando o suspense das aparições do Tubarão de Spielberg, mas em um ambiente infinitamente mais assustador do que uma praia ensolarada.
Carnahan ainda conta com o talento e o carisma de Liam Neeson.
Fazendo o que faz melhor, o ator irlandês segue se divertindo com seu momento de action hero, e mostra que segura a bronca na hora da porradaria e ainda acha tempo pra mostrar um par de aspectos sombrios do seu personagem, um homem de espírito alquebrado que sobrevive mais por teimosia do que por apego à vida.
Entre um ataque de lobo e outro, Carnahan cria ainda um ambiente de hostilidade entre os sobreviventes, acha tempo para discutir fé, medo, moralidade e mortalidade, e impede que o filme se torne demasiado pesado ou tenso ao gerar momentos de genuína camaradagem entre o seu grupo de homens rudes (ui!) enquanto avisa que, em uma luta do homem contra a natureza, as chances estão geralmente contra o homem.

"Mais uma vez na luta.
Na última boa briga que conhecerei.
Viver e morrer neste dia.
Viver e morrer neste dia."

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