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sábado, 9 de junho de 2012

Rapidinhas do Capita



Provavelmente uma das coisas mais doloridas que pode acontecer à uma pessoa é perceber que, talvez, seja impossível consertar as coisas que se quebraram pelo caminho até determinado ponto. É chegar àquele momento em que se descobre que os esforços empregados na realização de uma tarefa poderão se tornar fúteis, e entender que o caminho até essa encruzilhada foi pavimentado com as bobagens que tu mesmo cometeu.
Estar ciente de que o que tu faz ou diz não tem mais implicações de nenhuma espécie, não será visto, ouvido ou assimilado e será em vão, pois a distância que tu abriu é demasiado vasta.
Ainda assim...
Ainda assim... É impossível não se apegar a um fiapo de esperança, e torcer, mesmo contra todos os teus instintos, pra que, quem sabe, o que tu sente seja capaz de reparar o que parece quebrado pra todo o sempre.

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Momento D-Fens Foster da semana:

Sexta-Feira de outono com temperatura de inverno. Andando na rua, frio sob o sol, cachorro voltando do banho na guia, música nos ouvidos, óculos escuros, distração enquanto pensa na vida e nela. O cachorro, grande, felpudo, animado com a temperatura baixa se afasta um pouco e passa bem perto de um casal em um dos lado da calçada, batendo com sua cauda nas pernas do sujeito que leva um susto.
Educadamente tu sorri, e se desculpa enquanto puxa o cão pra perto. O vivente, em meio a um inexplicável ataque de pelanca recrimina:
-Te liga, meu. Encurta a coleira desse bicho ou ele pode acabar se machucando.
D-Fens Foster toma conta:
-Eu vou repassar essa recomendação pra tua mulher com relação a ti, palhaço.

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Ele sempre se lembra de tudo. Tudo. Sem esquecer detalhe. Mas por alguma razão, quando está frio, ele lembra com mais frequência, e de maneira mais vívida. Nuvem de poeira. Desencontros. Pânico. Encontro. Conversando e andando às margens da Redenção. Lanche na República. Táxi até o shopping. Beijo junto à janela. Beijo na cama. Nuvem de poeira. Beijo na bilheteria do cinema. Mãos dadas no cinema. Beijos resfolegantes de precisar fazer "Ahm" entre um e outro. Lingerie preta. Castelinho. Crimes da rua do Arvoredo. Barulho da fivela do cinto. Música no meu colo. Vampiros genéricos. Love Blue. Meninão. Mestre Yoda. Matar aula. Vandalismo. "Tupamara". Rocky Balboa. Homem-Aranha. CD da Sade. McDonald's. X-Men. Flutuar pela rua num domingo de manhã até chegar em casa com o cabelo todo bagunçado bebendo suco de uva. Acordar congelado, atrasado pro serviço e feliz de não caber em si, na segunda. Ele se lembra de tudo. Tudo...

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