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segunda-feira, 3 de junho de 2013

Quadrinhos: Doutor Estranho & Doutor Destino - Triunfo e Tormento



Foi ainda na semana passada que falei de histórias essenciais do Homem-Aranha, e, enquanto as mencionava, falei, obviamente de Roger Stern, pra mim, um dos cinco melhores escritores do Aranha em todos os tempos.
Stern, porém, não escreveu apenas histórias estreladas pelo amigão da vizinhança. Entre seus muitos trabalhos além das aventuras do herói cabeça de teia, está uma particularmente interessante, e que, recentemente, foi republicada no Brasil.
Doutor Estranho & Doutor Destino - Triunfo e Tormento conta a história de como Victor Von Doom, o tenebroso monarca da Latvéria, inimigo jurado do Quarteto Fantástico, busca uma aliança inusitada e frágil para empreender uma busca, ao mesmo tempo profana, e santa.
Muitos anos atrás, quando Victor era apenas um bebê, sua mãe, Cynthia uma feiticeira, foi seduzida por Mefisto, senhor de Hades, e, ludibriada, teve sua alma aprisionada nas profundezas do sulfuroso reino infernal do senhor dos demônios.
Von Doom jamais aceitou o destino de sua mãe, e sua busca por poder desde a juventude, em muito deve-se à tal desconformidade.
Entretanto, enfrentar o demoníaco regente das hordas infernais não é tarefa fácil, e mesmo o poder de Destino não é páreo para Mefisto, especialmente no coração negro do Hades.
Um torneio entre mestres místicos, no entanto, pode ser a oportunidade perfeita para Destino encontrar um meio de suceder em seu intento.
Após uma contenda de magos realizada pelo Vishanti, o apontar como o Mago Supremo da Terra de fato e de direito, Strange é obrigado pelas regras do torneio a fazer um favor ao segundo colocado do jogo místico:
Von Doom.
O favor em questão leva os bons doutores às profundezas da dimensão infernal controlada despoticamente por Mefisto, numa busca que pode se tornar uma viagem sem volta à medida que a estrada trilhada pelos peregrinos os levará à defrontar o senhor da maldade, da sedução e da mentira.
Embora eu não ligue particularmente para o Doutor estranho, sempre fui um grande fã de Destino, especialmente durante a fase de John Byrne à frente do Quarteto Fantástico (Provavelmente a grande fase do super-grupo em todos os tempos...), ele é o tipo de vilão que funciona, brilhante, maquiavélico, poderoso, cheio de si, e certo de que foi destinado a ser grande.
Em Triunfo e Tormento, Stern, um construtor de histórias hábil e inteligente explora todas as melhores facetas de Destino, e ainda o veste em uma roupagem de honraria e nobreza que fazem sentido a um estadista amado por seu povo e temido pelo mundo que é, na falta de palavra melhor, um rei.
Destino é tão profundo e cheio de nuances que Estranho vira praticamente um coadjuvante de luxo cujo papel é, na maior parte do tempo, servir de escada às maquinações do vilão, acertadamente o protagonista da história.
Se o roteiro de Stern é espertíssimo, a arte de um Mike Mignola (ainda chamado Michael, na época) que ainda não tinha encontrado seu estilo mezzo Jack Kirby, mezzo impressionismo alemão não fica atrás. Bem menos estilizados do que os desenhos do autor na sua fase Hellboy, os quadros de Triunfo e Tormento são belíssimos, bem construídos, e repletos de expressão de drama, com composições muito maneiras. Alia-se a isso a arte-final e as cores de Mark Badger, e temos um baita quadrinho, que merece estar na estante de todos os amantes da nona arte.
A edição, caprichadíssima, com capa dura e papel bonito no miolo sai por vinte e um reais e noventa. Vale a pena.

"Nenhum sacrifício é grande demais, doutor"

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