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quarta-feira, 12 de junho de 2013

Top-10 Casa do Capita - Cinema: Histórias de Amor

Hoje é dia dos namorados, então, ao invés de cortar os pulsos bebendo vinho barato e assistindo pornografia na TV a cabo, que tal colocar o setor de memória do cérebro pra fazer hora-extra e elencar, em mais um infame Top-10 Casa do Capita, as histórias de amor mais maneiras do cinema?
Como sempre, vale avisar que essa lista não segue nenhum parâmetro exceto o gosto pessoal do blogueiro, e se parecer muito nerd, não esqueça que, dentro daquela camiseta amarela da Frota Estelar, também bate um coração.

10 - A Força do Destino (Taylor Hackford, 1982)


Zack Mayo (Richard Gere), um filho de militar rebelde e espertinho, decide se tornar piloto. Para isso, no entanto, precisa sobreviver ao treinamento da Escola de Aviação Naval, sob o comando do sargento Foley (Louis Gossett Jr., vencedor do Oscar pelo papel), e lidar com Paula Pofriki (Debra Winger, um doce, linda...) e outras meninas que vivem ao redor da escola, todas ávidas por fisgar um piloto e escapar de suas vidinhas medíocres ao redor da fábrica de papel.
Em uma trama ultra melodramática, cheia de clichês e com uma trilha sonora das mais piegas do universo, A Força do Destino segura o espectador na cadeira pelo bom trabalho do elenco (que ainda tem David Keith, Lisa Blount e Robert Loggia), até o icônico final, que já foi repetido até em Os Simpsons. Abra o coração e cante com Joe Cocker "Love lift us up where we belong, where the eagles cry, On a mountain high..."

9 - Harry & Sally - Feitos Um Para o Outro (Rob Reiner, 1989)


Todo mundo lembra desse filme por causa da cena do orgasmo na cafeteria, mas Harry & Sally é mais do que apenas isso. Harry & Sally transformou Meg Ryan na rainha das comédias românticas, além de ter, de certo modo, criado o sub-gênero das comédias românticas "depois dos trinta"...
Harry (Billy Cristal) e Sally se conhecem logo depois da faculdade, e imediatamente se detestam. Porém, ao longo de mais de dez anos se encontrando aqui e ali, se tornam bons amigos, brigam e fazem as pazes enfrentam percaços e trabalham pra superar as incompatibilidades até ficarem, finalmente, juntos.
Ao contrário de outras histórias de amor, Harry e Sally não são "feitos um para o outro", e é justamente a incompatibilidade do casal que rende os melhores momentos do filme, que é, sim, muito água com açúcar, mas nem por isso deixa de ser uma obra-prima de Nora Ephron e Rob Reiner.
Clássico.

8 - Up - Altas Aventuras (Pete Docter, Bob Peterson, 2009)


Tudo o que um romance deve ser, está na sequência inicial de Up - Altas Aventuras.
Desde o momento em que Carl conhece Ellie, ainda na infância, e os dois passam juntos, por uma vida de pequenas realizações, pequenos percalços, felicidade e amor, até a doença e consequente morte de Ellie, nós sabemos que estamos diante de uma história de amor poderosa. Tão poderosa, que continua impelindo Carl a fazer o que é necessário, mesmo quando ele está pronto para desistir de tudo.
Ainda bem que esse filme é em 3-D. É muito chato pra um marmanjo ser visto chorando no cinema enquanto assiste desenho animado...

7 - Antes do Amanhecer (Richard Linklater, 1995)


O americano Jesse (Ethan Hawke) conhece a francesa Celine (Julie Delpy) em um trem na Europa. Os dois jovens conversam por algum tempo, e finalmente concordam em passar uma noite juntos em Viena.
Daí em diante, a interminável conversa do casal enquanto passeiam pela capital Austríaca segura o espectador conforme o dia transcorre e se aproxima a hora de Jesse voltar para os Estados Unidos após o que pode ser, para ele e para ela, a única noite que passarão com o amor de sua vida.
Trabalho de gênio de Linklater, Hawke e Delpy, no que era o melhor trabalho de suas carreiras, ao menos até 2004...

6 - As Pontes de Madison (Clint Eastwood, 1995)


É, amigo... Os brutos também amam. Que o diga Clint Eastwood, o eterno Dirty Harry, que em 1995 realizou e estrelou, ao lado da brilhante Meryl Streep, um dos mais ternos romances de meia-idade da história do cinema.
Em meados dos anos sessenta, Robert Kincaid (Clint), um fotógrafo da National Geographic aparece no condado de Madison para fotografar as pontes cobertas da região, e por quatro dias, entra na vida da dona de casa Francesca Johnson (Streep).
Se há imagem mais clara do romance do que Kincaid e Johnson dançando coladinhos na cozinha dela ao som do jazz que sai do rádio, permanece inédita.
Obrigatório.

5 - Embriagado de Amor (Paul Thomas Anderson, 2002)


Pianola, tele-sexo, pudim...
Quem em sã consciência poderia imaginar esses itens em uma história de amor? Paul Tomas Anderson poderia. Mais estranho que isso, só o fato de o filme ser estrelado pelo infeliz do Adam Sandler, numa das melhores atuações de sua carreira.
Sandler é Barry Egan, um vendedor de material de banheiro com problemas psicológicos que se apaixona por Lena Leonard (Emily Watson, etérea) enquanto é extorquido por um vendedor de colchões que opera uma linha de tele-sexo (Philip Saymour Hoffman).
O hipnotizante filme de Anderson nos leva em uma jornada onírica de um homem perturbado que finalmente conhece o amor. É difícil não torcer por Barry e Lena. É difícil não sorrir quando ele declara que quer esmagar o rosto dela com uma marreta. E é difícil não ficar aliviado quando eles ficam juntos...

4 - Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (Woody Allen, 1977)


Amor não tem que ser ideal. Amor pode ser louco. Absurdo. Irracional e neurótico, pra usar uma palavra do cretino título brasileiro do filme.
Woody Allen conta a sua história de amor definitiva através de Alvy (Allen) e Annie (Diane Keaton, deslumbrante), e da forma como eles não ficaram juntos, partindo do ponto de que, encontrar sua alma-gêmea, é só metade do processo.
Um inspirado show de comédia (Sequências como o irmão perturbado vivido por Christopher Walken, a aranha do tamanho de um Buick no banheiro, ou o jantar fujão são de rachar o bico) que não abre mão da ternura, e, óbvio, nem do amor. Afinal, por absurdo que seja, nós ainda precisamos dos ovos, certo?

3 - Antes do Pôr-do-Sol (Richard Linklater, 2004)


Passaram-se nove anos desde aquela noite em Viena. Jesse (Ethan Hawke), hoje um escritor, está fazendo a divulgação de seu livro em Paris, e, na livraria onde faz uma pequena palestra, reencontra Celine (Julie Delpy).
Do reencontro surge uma caminhada, e dessa caminhada, uma conversa.
As versões trinta e poucos de Celine e Jesse são ainda melhores do que a versão vinte e poucos, assim, a sequência supera o original.
Enquanto andam por Paris dividindo suas histórias de vida e o que fizeram nos nove anos desde seu último encontro, os dois ex-amantes se mostram mais espertos e sábios, mas não menos românticos. E conforme o filme voa pela tela, o espectador se pergunta se, dessa vez, esses dois idiotas farão o que têm que fazer e ficarão juntos.

2 - Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembrança (Michel Gondry, 2004)


A tragédia romântica vagamente disfarçada de ficção científica engendrada por Charlie Kaufman e Michel Gondry é o Love Story de toda uma geração.
Joel (Jim Carrey, ótimo) está destruído após saber que sua ex-namorada, Clementine (Kate Winslet, genial, apaixonante) o apagou de sua memória depois do rompimento da relação usando uma técnica de lavagem cerebral direcionada.
Amargurado, Joel decide se submeter ao mesmo processo, e também apagar a ex-namorada de suas lembranças.
Enquanto sua memória é apagada, Joel nos conta como foi que ele e Clementine se conheceram, como se apaixonaram e por que romperam, e essas memórias fazem com que ele mude de ideia, e tente desesperadamente salvar as lembranças do amor de sua vida da operação em curso num belíssimo espetáculo de interpretação do elenco com um texto recheado de esperançosa poesia que promete que os amores verdadeiros simplesmente não podem ser apagados.

1 - Casablanca (Michael Curtis, 1942)


De todos os bares de todas as cidades de todo o mundo, ela tinha que entrar logo no dele...
Rick Blaine (Humphrey Bogart) já tinha seus problemas mantendo o seu Café Americano fora do radar durante os primeiros anos da Segunda Guerra Mundial. As coisas não melhoraram após Ilsa Lund (Ingrid Bergman) entrar no bar à procura de uma maneira de sair de Casablanca com seu marido, Victor Lazlo (Paul Henreid), fugitivo de um campo de concentração procurado pelos nazistas...
A mais sensacional história de amor do cinema remonta à década de 40. O filme de Michael Curtis misturou gêneros, tem uma frase definitiva a cada dez minutos, uma mocinha linda, uma monstruosa atuação de Bogart, uma música que gruda na cabeça, e um final que é um chute nas gônadas além de uma história de amor grandiosa que transcende o tempo e enterra mesmo o cinismo de um coração irremediavelmente partido.
Se tu nunca assistiu, assista, ou se arrependerá.
Talvez não hoje, talvez nem amanhã, mas muito em breve...

2 comentários:

  1. O Han e a Léia e Aurelia e o Jamie, e.t...
    ah, e a Loretta e o Ronny também.

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    1. São boas, mesmo, mas são meio pano de fundo, sabe Não são o cerne do filme. Pensei nessas, Han e Leia, Jamie e Aurélia, primeiro-ministro e moça bunduda, pensei em Peter e Mary Jane do filme de 2002, e até no Spock e na Uhura, e Loretta e Ronny é ótima, podia facilmente estar no lugar do Mayo e da Paula, mas o quepe, o colo na saída da fábrica de papel e a musiquinha do Cocker decidiram.

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