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segunda-feira, 10 de junho de 2013

Resenha Cinema: Além da Escuridão - Star Trek



Corria o distante ano de Nosso Senhor de 2009 quando J. J. Abrams, criador das série Felicity e Lost, e diretor do bom Missão: Impossível III, colocou nos cinemas a controversa reimaginação de Star Trek.
Eu sei, eu sei... "Por que 'controversa'? O filme era muito maneiro", alguém pode dizer. Verdade, mas fazer reboot numa série com a quantidade de fãs malucos e cheios de manias, preceitos e preconceitos como Star Trek sempre é controverso. Especialmente quando o diretor do filme diz que preferia Star Wars...
De qualquer forma, o reinício foi bem, sim.
Star Trek - Jornada nas Estrelas, não desautorizou a série original em nenhum momento, ao recomeçar a franquia nos cinemas com uma manobra de viagens no tempo de deixar o doutor Brown de cabelo em pé que deu, sim, muito certo.
A combinação de um roteiro ajeitado com direção esperta de Abrams e um elenco que se achou nos seus personagens só podia, afinal de contas, vingar. E foi o que aconteceu.
Olhando em perspectiva, é até estranho que tenha levado quatro longos anos pra que a sequência chegasse às telas.
A sequência, aliás, chega oficialmente aqui só dia 14, mas dei a sorte de achar ingressos pra uma pré-estreia nesse final de semana (o que me fez empurrar O Grande Gatsby mais pra frente, desculpe, DiCaprio...), então, filme conferido, e posso dizer, sem medo de errar, que valeu a espera.
Além da Escuridão - Star Trek já começa em alta velocidade, com a tripulação envolvida em uma missão clandestina para salvar a vida de uma civilização alienígena de um vulcão prestes a entrar em erupção e varrer a vida do planeta.
O relatório da missão, porém, custa a Kirk (Chris Pine, Kirk até a medula), seu posto como capitão e o comando da Enterprise, revertido a Christopher Pike (Bruce Greenwood).
Antes, porém, que as peças se assentem no tabuleiro, entra em cena John Harrison (Benedict Cumberbatch).
Harrison, um exército terrorista de um homem só, que declara guerra à Frota Estelar com dois ataques devastadores e desaparece em espaço Klingon, proibido para as naves federadas sob ameaça de iniciar um conflito armado, se torna o alvo da caçada humana empreendida por Kirk, reintegrado à posição de comando, e a tripulação da U. S. S. Enterprise.
Entretanto, encontrar Harrison e prendê-lo pode não ser tão simples quanto parece, uma vez que a origem do sujeito tem raízes que se aprofundam num passado distante e que se ramificam até mesmo pelo comando da Frota Estelar.
Excelente é o mínimo a dizer sobre a sequência.
Sem deixar cair a peteca erguida no primeiro longa, Abrams e os roteiristas Roberto Orci, Alex Kurtzman e Damon Lindelof mantém o foco no desenvolvimento das relações da tripulação, em especial Kirk e Spock (Zachary Quinto, aqui melhor do que no primeiro filme, pegando o jeito do personagem), que são, como era de se esperar, o coração da trama, mas sem descuidar do resto da equipe.
Há espaço de sobra para brilho de Uhura (afinal de contas, Zoë Saldana é Neytiri, Colombiana e Girl Power até a medula), de Scotty (um Simon Pegg hilário e com surpreendente relevância na ação), e embora McCoy (Um ótimo Karl Urban, na medida com a neurose e a rabugice do personagem), Sulu (John Cho) e Chekov (Anton Yelchin) acabem subaproveitados, isso se justifica pois é preciso dar espaço para Cumberbatch explorar e desenvolver seu vilão (Talvez o grande defeito do primeiro longa, já que o Nero de Eric Bana não convencia), uma persona magnética construída de maneira espertíssima pelo roteiro e o trabalho do intérprete inglês.
Harrison é frio, calculista, física e mentalmente superior, e ainda assim, feroz, se movendo sob uma aura de insanidade e brilhantismo.
Quando ele promete quebrar ossos, a gente sabe que ossos serão quebrados, e quando ele fala, a gente sabe que é melhor ouvir.
Com protagonistas com os quais a audiência se importa, e um vilão bem definido e temível, fica fácil brincar de referências (E existem várias...) à série original e ao filme anterior enquanto se conta uma história redondinha e sem pontas soltas.
Ação de tirar o fôlego, 3-D muito bem utilizado, direção competente, elenco qualificado (contando ainda com o Robocop Peter Weller e a gatinha Alice Eve) e qualidade em todos os aspectos técnicos e narrativos garantem o prazer da ida ao cinema.
Aliás, de todas elas. Pois ainda pretendo ver esse filme em I-Max.
Corra pro cinema, vale demais a pena.

"-O inimigo do meu inimigo é meu amigo.
-Um provérbio árabe atribuído a um príncipe que foi traído e decapitado por seus próprios súditos.
-Ainda assim é uma ótima frase..."

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