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sexta-feira, 29 de abril de 2011

Resenha Cinema: Thor


Se tu viu Homem-de-Ferro 2, e não foi dos apressadinhos que saiu assim que apareceu o the end na tela, nem desligou o DVD assim que o Tony Stark sorriu pra câmera depois de ser espetado pelo senador Stern, então deve ter visto a cena no final dos créditos onde o agente Coulson aparecia no Novo México, e avisava que havia encontrado algo dentro e uma cratera, para segundos depois, em um ângulo diferente, revelar-se, dentro da tal cratera, Mjölnir, o martelo de Thor.
Obviamente, era um aviso de que o próximo longa que a Marvel faria para pavimentar o caminho que leva até o ambicioso projeto Os Vingadores, seria o do Deus do Trovão.
Lá se vai um pouco mais de onze meses, e o poderoso herói mitológico aterrisa no cinema em um longa que, desde o começo da veiculação de notícias, prometia.
Kenneth Brannagh na direção era um ótimo começo. Anthony Hopkins interpretando Odin, também. Natalie Portman como Jane Foster, o obrigatório interesse romântico do herói, não ficava atrás em termos de talento. Se a escolha do protagonista Chris Hemsworth bem como a de seu meio-irmão Loki (Tom Hiddleston), eram incógnitas, as demais posições do elenco iam formando um mosaico interessante.
Ficava a dúvida, seriam o elenco interessante e o diretor shakeasperiano o suficiente pra segurar o rojão da primeira incursão dos estúdios Marvel pelo lado mais mágico do universo da editora? Como se sairia Brannagh com uma fita que era, em essência, um filme de ação recheado de efeitos visuais incluindo aí um desnecessário 3-D?
Bom, após assistir ao filme, preciso dizer que, à despeito de algumas falhas recorrentes na filmografia Marvel, sim.
Foi o suficiente.
O longa narra a história de Thor, um imortal de poder divino, filho primogênito de Odin, rei de Asgard, e que está fadado à ascender ao trono de seu pai.
Thor, no entanto, é um jovem tolo e orgulhoso, e apesar de ser um guerreiro bravo, suas ações intempestivas podem colocar em risco a seguranças de Asgard e seu povo. Em especial seu ódio à Jottunhein, e aos gigantes do gelo que lá habitam.
Por suas ações destemperadas, que colocam Asgard à beira da guerra, Odin decide banir o filho para a Terra, onde ele deve aprender uma lição de humildade e nobreza para ser, novamente, digno de empunhar seu martelo e reaver seu poder.
Não é muito diferente da história dos quadrinhos à exceção de pequenas alterações que servem para tornar a história mais enxuta e capaz de caber nos aparentemente obrigatórios cento e vinte minutos de filme da Marvel, nada ofensivo, no entanto.
De mais perceptível, Thor não assume da maneira que se espera a identidade de Donald Blake, e Jane Foster não é uma enfermeira, e sim, uma astrofísica à procura de provas do fenômeno das pontes Einstein-Rosen, o que a coloca imediatamente no caminho do deus do trovão, tudo em nome de uma duração dentro do previsto.
Não se preocupe, porém, isso não quer dizer que o filme seja (muito) corrido. Ainda há espaço pra cenas de ação excelentes como a invasão asgardiana à Jottunhein, aparições de personagens secundários interessantes como Hogun (tadanobu Hasano), Fandral (Josh Dallas) e principalmente Volstagg (Ray Stevenson), além da linda Jamie Alexander como Sif, Colm Feore como o rei gigante Laufey, Kat Dennings como a engraçadinha Darcy Lewis, Idris Elba no papel do vigilante Heimdall, Stellan Skarsgaard como o doutor Erik Selvig, e Rene Russo em ponta de luxo como Frigga.
Todo o elenco tem seu momento de brilho, o que é sempre bacana em filmes com tantos personagens, mas é a trinca Hemsworth, Hopkins e Hiddleston que faz a fita andar.
O protagonista não deixa a peteca cair, é um sujeito grande, loiro, forte e bonitão que se vira no papel heróico sem grandes arroubos e ainda se dá ao luxo de rir de si mesmo sem perder a imponência. Anthony Hopkins por sua vez enche Odin de presença, elegância e poder. Suas cenas são sempre excelentes, e é muito maneiro ver um ator tão maduro e talentoso se divertindo no seu ofício. A grande surpresa fica, mesmo, nas mãos de Hiddleston e seu Loki. O que poderia ser um personagem bidimensional e chato se transforma em uma criação profunda e cheia de vida na caracterização do britânico. Se Hiddleston não rouba o filme, rouba todas as cenas em que aparece, e é o único ator que consegue dividir a tela com Hopkins sem desaparecer. Sorte que Brannagh estava muito à vontade atrás das câmeras e conseguiu equilibrar bem as aparições dos personagens de modo a evitar que Thor se transformasse em um coadjuvante de seu próprio filme, além de deixar o efeito 3-D discreto.
Ao final da sessão, fica a certeza de que Os Vingadores vai vingar (rá.), que potencial a Marvel tem de sobra pra fazer filmes mas que eles precisam oferecer alguns minutos a mais aos seus criadores, de modo a evitar terceiros atos apressados como vem acontecendo nos longas da Casa das Ideias.
Ah, fique até o final dos créditos.

"Esta forma mortal está enfraquecida, eu necessito de sustento!"

2 comentários:

  1. Eu sonhei com esse filme, mas estava escutando o Lima Duarte interpretar o Sepé Tiaraju nas ruínas de São Miguel - RS, com mais 80 crianças...Quem sabe essa semana...
    Ah, sempre sigo teu conselho de olhar depois dos créditos!

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  2. Ah, mantenha o celular ligado após os créditos,alguém pode precisar com urgência entrar em contato com você...
    :)

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