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quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Resenha Série: O Mandaloriano, Temporada 1, Episódio 7: Capítulo 7: O Acerto de Contas


Ontem, enquanto a Disney terminava de vilipendiar o legado da família Skywalker além de qualquer reparo nos cinemas, tornando a trilogia original absolutamente inócua e a vitória de Sheev Palpatine tão completa e absoluta quanto a da Fandom Menace, eu estava feliz da vida assistindo a um Star Wars que funciona o suficiente pra me fazer esquecer que esse pastiche medonho da saga que eu amo sequer existe ao menos por meia hora de TV de alta qualidade.
Após os eventos mais ou menos soltos dos últimos três episódios, a série retomou a linha narrativa iniciada em seus primeiros capítulos. Seguindo seu caminho para manter a criança longe das garras do Império, Mando viaja pelo espaço quando é contatado por Greef Karga, que tem uma proposta:
Após a fuga de Mando com o pacote em Nevarro, O Cliente aumentou exponencialmente a presença imperial na cidade outrora controlada pela Guilda, tornando as atividades dos caçadores de recompensas impossíveis e a vida de Greef um inferno.
Com isso em vista, o chefe da guilda está disposto a perdoar a traição de Mando em troca de um favor: Ele deseja que o guerreiro retorne a Nevarro com o bebê, e que juntos, eles o usem como isca para conseguir se aproximar do imperial, e matá-lo.
Com isso, Greef e a Guilda poderiam voltar a operar, e Mando não apenas estaria livre dos perseguidores de seu pequeno companheiro, mas também poderia até ser aceito de volta na irmandade para retomar seu trabalho.
A proposta parece boa demais para ser verdade, mas após os eventos dos últimos capítulos, Mando não está em posição de negar uma chance, por remota que seja, de garantir a segurança da criança. Mas o guerreiro não está disposto a chegar em Nevarro sem alguém para garantir sua retaguarda, isso o leva de volta até Sorgan, o planeta onde ele conheceu Cara Dune, a quem contrata para ser seu ás na manga durante a missão, e depois, de volta até Arvala-7 o planeta em que ele encontrou o bebê, onde ele arregimenta Kuill e mais um improvável companheiro para uma última cartada na tentativa de tirar os cacos do Império de seu rastro de uma vez por todas, uma tentativa que pode não funcionar quando um novo e perigoso jogador surge no tabuleiro.
Novamente dirigido por Deborah Chow (responsável pelo terceiro episódio, um dos melhores da série, e me fazendo ansiar por sua série de Obi-Wan Kenobi) O Acerto de Contas é amplamente bem sucedido. O episódio é divertido e bem arquitetado em si próprio, mas também é um tour pela série até aqui, conseguindo nos fazer ver cada personagem que encontramos como um velho conhecido, ainda que tenhamos estado com eles apenas por um episódio ou dois.
Mais do que isso, esse sétimo capítulo mostra o desenvolvimento da personalidade de nosso protagonista ressaltando o quanto Mando mudou desde que o conhecemos.
No primeiro episódio, ele foi apresentado como um sujeito que trabalhava sozinho e que não estava nem remotamente interessado em como ou por que os seus clientes estavam no encalço de suas recompensas. Após sete episódios, encontros e lições, Mando se transformou em parte de uma equipe lutando por uma causa nobre.
Mando segue odiando dróides, em grande parte por acreditar que não se possa alterar sua natureza, e ao longo dos últimos episódios nós vimos que a natureza de Mando mudou. Seja pela maneira como ele escolheu salvar o bebê Yoda, seja por ter deixado os demais caçadores de recompensa vivos no transporte Republicano no sexto capítulo, Mando já não é mais o mesmo.
Inicialmente ele abraçou o estilo de vida da tribo de guerreiros mais formidáveis da galáxia após eles o acolherem como um órfão. Depois ele abraçou, em partes, o estilo de vida de um fazendeiro que queria apenas paz em seu vale e de um bebê abandonado, um bebê que, nós vemos durante o episódio, também está adquirindo algumas características de seu protetor (além de deixar claro porque as sobras do Império estão tão interessadas nele).
O Mandaloriano prepara terreno para o final de sua temporada em grande estilo, mostrando que a Disney tinha gente mais do que competente em casa para fazer um Star Wars excelente e que importa, mas infelizmente fez a aposta mais errada possível. Enquanto Jar Jar Abrams e Ryan Cabeça de Bola Johnson destruíam a franquia de um lado, Jon Favreau, Dave Filoni e Deborah Chow estavam logo ali, amplamente capacitados a criar personagens que amamos e que amamos odiar em uma aventura espacial do jeito que Star Wars deve ser.
Vai ser uma semana longa até o oitavo episódio.

"-Você confia em mim?
-Até onde posso ver, sim.
-Então você confiará no meu trabalho."

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