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terça-feira, 27 de março de 2012

Fé?


No meu aniversário, pouco mais de um mês atrás, um grande amigo meu, particularmente religioso, me mandou uma mensagem desejando paz, felicidade, amor, saúde e principalmente fé...
"Principalmente fé"...?
Sério...?
Que bobagem é essa? Falando sério, quem é que precisa de fé? Existem cinco mil coisas que qualquer ser humano com dois neurônios funcionais na cabeça classificariam como mais importantes do que fé. O pior de tudo é que esse tipo de manifestação nem se restringe à pessoas que tiveram graves problemas e pensam que um Superman invisível lhes ajudou e ainda rouba o mérito de quem realmente merece. Tome por exemplo as pessoas erguem as mãos pro céu e choramingam "Obrigado, meu Deus, por ter me curado", enquanto o médico que se esfalfou estudando pra saber o que fazer para ajudar um ignóbil com problemas de saúde vira acessório.
Fé é um bem supervalorizado, uma pataquada que enfiam na cabeça de algumas pessoas que estão desesperadas ou são ineptas o suficiente pra querer que uma entidade resolva seus problemas por ela.
Fé, por definição é a capacidade de acreditar sem sombra de dúvida. É a firme opinião de que algo é verdade sem qualquer critério objetivo de verificação apenas pela absoluta confiança que se deposita em determinada ideia ou fonte.
Francamente... Isso parece algo válido? Parece algo em que se deva depositar qualquer tipo de expectativa?
Quem é que te pede confiança cega sem oferecer nada em troca exceto uma ideia de conforto subjetivo? Porque no final das contas é isso, não é?
Nada do que a fé oferece é prático. Nada é palpável. O que a fé te dá é uma forma de aceitação embutida, até prova em contrário (Que não haverá, já que a fé demanda a exclusão da dúvida que poderia levar à verificação empírica), em uma mentira...
E uma mentira das mais cruéis, atada a um paradoxo de que, quem tem fé, não precisa ver, e quem não tem, não vai ver...
Fé é um grilhão. Uma ferramenta de aceitação. Um atestado de derrotismo. "Tudo está errado? Vai melhorar... Tenha fé..."
Francamente?
Não, obrigado.
Estou bem com ceticismo e descrença. Ao menos nesses campos eu tenho certeza do que posso, ou não, conseguir.

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