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terça-feira, 20 de março de 2012

Madrugada


Acordou. Uma e vinte da madrugada. Se revirou brevemente na cama. Levantou. Foi à cozinha, tomou o seu remédio com meia hora de atraso e um gole de Fanta.
Pensou nela:
Quão alterada estaria sendo a farmacodinâmica do remédio pelo refrigerante?
Foi ao banheiro. Atendeu ao chamado da natureza, lavou as mãos, lavou o rosto, escovou os dentes.
Burro.
Ainda não tinha comido. Devia ter escovado os dentes depois de comer.
Pensou nela:
Teria comido alguma coisa? Ou só um sorvete de dark Chocolate 70%?
Foi à cozinha, abriu a geladeira, apanhou uma refeição congelada no freezer. Colocou-a no microondas. Cinco minutos. Apanhou a superinteressante e ficou folheando ao acaso.
Pensou nela:
Não havia sujeira na página 27. Nenhuma mancha de comida.
O micro avisou que a refeição estava pronta. Sentou no sofá e assistiu um noticiário enquanto comia com seu cachorro filão.
Pensou nela:
Teria conseguido afagar algum cachorro?
Terminou de comer, lavou o prato. Teve vontade de tomar um copo d'água com um canivete pra desmanchar o nó na garganta. Bebeu mais um gole de Fanta. Julgou que tinha que parar com aquilo. Que tinha que largar mão. Voltou à sala decidido. Ligou o computador...
Pensou nela:
E foi tentar saber dela. Se estava bem, se as coisas estavam dando certo...
Tinha coisas que ele simplesmente não conseguia deixar de fazer.

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