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segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Resenha Blue-Ray: Os Homens Que Encaravam Cabras


Não é de hoje que eu estava doido pra ver Os Homens Que Encaravam Cabras.
Desde que começaram a surgir as notícias do filme, que seria estrelado por George Clooney e Ewan McGregor, e que seria dirigido por Grant Heslov, que escrevera o excelente Boa Noite e Boa Sorte para Clooney dirigir que eu fiquei curioso.
O trailer do filme, e a escalação do resto do elenco, com Kevin Spacey e Jeff Bridges também prometiam muito, então era só esperar o longa sair por aqui e se fartar assistind um filme inteligente e engraçado com um elenco estelar, certo?
Bueno... Mais ou menos.
O longa conta a história de Bob Wilton (McGregor, engraçado.), jornalista de uma pequena cidade nos EUA que, após ser abandonado pela mulher resolve viajar para o Iraque, para cobrir a guerra e provar que não é um covarde.
Retido no Kuwait até obter o passe para ingressar no país vizinho, ele conhece Lyn Cassady (George Clooney, hilário.), militar que afirma estar em missão e ser membro de uma divisão secreta das Forças Armadas norte-americanas, um regimento formado por super soldados dotados de incríveis poderes mentais.
Embrenhando-se no deserto ao lado de Cassady, Wilton conhece a história do regimento hippie idealizado pelo coronel Bill Django (Jeff Bridges, sub-aproveitado), que após uma passagem traumática no Vietnã passou a estudar formas de vencer conflitos usando o amor, e não a violência.
Da utopia de Django surge o Exército da Nova Terra, o pelotão de Jedi que podem atravessar paredes, viajar com o poder da mente, dissipar nuvens e até mesmo matar cabras usando apenas o olhar.
O Exército da Nova Terra, porém, acabou sendo extinto nos anos oitenta por conta da ação de um oficial invejoso (Kevin Spacey, com bons momentos, mas também, sub-aproveitado.).
O filme vai, então, intercalando flashbacks do treinamento dos militares nos anos oitenta com a desventura de Wilton e Cassady no Iraque de 2003, em uma missão que pode definir o legado do sonho de Django.
Tinha tudo pra dar certo, uma história absurda alimentada por fatos reais, um elenco de feras com jeito pra comédia e engajamento pra crítica política, o resultado, porém, fica apenas á meia-boca, sem nunca decolar de vez.
Talvez seja por que o engajamento do diretor e do roteirista Peter Straughan supere a sua vontade de apenas contar uma história, talvez por que personagens ótimos como o coronel Django de Bridges ou o tenente Hooper de Spacey apareçam menos do que mereciam, por vezes o filme não encontra o tom.
Há sequências hilariantes e que, ao mesmo tempo, satirizam com maestria o belicismo messiânico dos EUA, outras tantas, no entanto, ficam no vácuo, soando panfletárias e sem lá grande relevância.
Os Homens Que Encaravam Cabras jamais se torna um filme ruim, porém, flertando com Kubrick e os Coen, ele não consegue ser nem um exemplar da filmografia dos cineastas em questão, nem mostra a identidade de Heslov.
Uma pena.

"-Não coma os ovos. Nós colocamos LSD nos ovos.
-E na água. Eu coloquei LSD na cisterna de água.
-Quê? Mas nós bebemos a água!
-Bebemos."

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