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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Resenha DVD: Zumbilândia


Nesse exato instante, enquanto eu teclava essas palavras, e enquanto você as lê, há um armazém do governo norte-americano cercado por arame farpado e guardas armados. No interior desse armazém, não há nada, apenas um elevador, que leva para o bunker subterrâneo ao qual esse armazém serve de fachada.
Nesse bunker há um laboratório, e nesse laboratório os militares estão estudando novas formas de guerra. A mais promissora envolve um composto capaz de animar tecido morto.
Outra:
A humanidade está abusando em demasia do mundo. Ninguém é capaz de precisar que tipo de prejuízo a ação do homem já acarretou na natureza. Todos os produtos químicos que despejamos na natureza podem acabar reagindo de maneira surpreendente em um ambiente onde não haja supervisão, como aquele despejo de detritos industriais próximo ao velho cemitério da cidade.
Mais uma?
A superpopulação humana acarreta alterações na naureza em níveis que nem sequer sonhamos. Agora mesmo, vírus e bactérias sofrem alterações que a ciência nem sequer poderia imaginar. Como a que criou um vírus que mata as zonas do cérebro responsáveis pelo raciocínio e hipertrofia as zonas responsáveis pela auto-preservação e pela fome, gerando hordas de dementes que visam unicamente saciar essa fome, da maneira que for.
Aí estão, de maneira meio porca, eu admito, três motes para filmes de um subgênero muito especial dos filmes de terror:
Os filmes de zumbi.
Se puxar pela memória, certamente irá lembrar de ter visto pelo menos um filme de mortos-vivos que tinha um mote semelhante á esses lá de cima. E funcionava, não é? Desde os elegantes vampiros da literatura até os zumbis-corredores de filmes como Madrugada dos Mortos, passando pelas alegorias zumbificadas de George Romero, o medo de ver mortos se erguendo dos túmulos para se alimentarem da carne dos vivos sempre rendeu filmes interessantes com diferentes toadas.
Há os filmes de horror trash, como A Noite dos Mortos-Vivos, os que flertam mais com o lado psicológico do terror, como Extermínio, e até comédias, algumas excelentes, como Todo Mundo Quase Morto, outras bem ruinzinhas, como Zombie Strippers.
Zumbilândia, que eu assisti em DVD ontem, é uma das boas comédias que tem o "fenômeno Z" como mote.
No filme o mundo está tomado por zumbis surgidos de uma mutação do mal da vaca louca. A maior parte da população se transformou em criaturas dementes comedoras de carne humana, e os EUA são agora, um lugar inabitado onde os desmortos imperam.
Nesse cenário hostil, conhecemos Columbus (Jesse Eisenberg), jovem nerd que ruma para sua cidade natal em Ohio tentando reencontrar sua família.
Columbus sobreviveu à praga por duas razões:
A primeira é ter formulado um rígido conjunto de regras para a crise, regras que segue religiosamente não importa a situação.
A segunda é que, mesmo antes de o mundo ser infestado pela praga ele já tinha medo de tudo, então, viver com medo não é novidade para ele.
Columbos conhece, então, Talahasse (Woody Harrelson, impagável, dono do filme.), seu extremo oposto.
Se Columbos é contido e afeito á regras, Talahasse é expansivo ao extremo, e caótico. Um matador de zumbis nato e experimental que sente prazer genuíno em triturar os crânios dos comedores de gente.
Os dois resolvem viajar juntos para o leste, onde dizem, não há zumbis.
No caminho, além de seguir exterminando mortos-vivos e procurando Twinkies (Os bolinhos que Talahasse venera.), eles conhecem outras duas sobreviventes, Wichita (Emma Stone) e Little Rock (Abigail Breslin), que não são indefesas como parecem, e, ao contrário de Columbus, com suas dezenas de regras, têm apenas uma: Não confiar em ninguém, exceto uma na outra.
As irmãs rumam para o Pacific Playland, parque de diversões na Califórnia onde, elas acreditam, não há zumbis.
Os dois grupos acabam unindo forças e seguem juntos, mas a jornada de sobrevivência deles não será tranquila, e pode acabar mal.
O filme, que segue a cartilha de filmes de zumbis no tocante à mitologia da coisa (tiros na cabeça, fome insaciável, as mordidas infeciosas), tem espaço, também, para a crítica social Romerista, além de fazer justiça á uma geração que cresceu jogando games violentos e assistindo filmes de horror, e, pra qual uma infestação zumbi poderia, sim, ser um imenso playground.
Junte á isso um bom elenco, piadas eficientes, ação convincente e uma participação especialíssima, e Zumbilândia não fica devendo nada ás melhores produções de zumbis do cinema.
Vocês, eu não sei, mas quando os mortos se erguerem dos túmulos para se alimentarem da carne dos vivos, eu estarei preparado.

"Vamos lá! Alguém está com fome? Talahasse é ótimo nessa época do ano!"

3 comentários:

  1. Então somos dois aptos a sobrevivência. Depois desse filme, estou preparadíssima.
    * ps: embora eu ache que somente quem pratica Le Parkour tem chances de sobreviver com sucesso em um mundo infestado ou de zumbis ou transformers ou rinocerontes ou ED-209.


    ( essas citações, são as coisas que eu tenho mais medo nessa vida, só não esta na ordem certa, visto que o que eu tenho mais medo é o ED-209 seguido de rinoceronte, trasformers e zumbis eu acredito na minha sobrevivência um tempo até considerável, se acompanhada de alguém que tenha as técnicas de Columbus e Talahasse e Sam e Mikaela.)

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  2. Eheheheheheh, Rinocenronte? Sério? ED 209 e Zumbis eu até entendo, Transformers, tudo bem, afinal, tem os decepticons, mas rinocerontes...

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  3. óbvio que você não ve perigo em rinocerontes, é porque você nunca pensou no assunto.
    Mas imagina se nesse exato momento, aonde você esta, sentadinho ai, lendo isso, aparece um rinoceronte. Não tem o que você fazer, e nem pra onde correr, simplesmente você vai ser morto. Imagina um mundo infestado de rinoceronte. Não com uns 200, tipo, uns 5 milhões mais ou menos. Acabou a raça humana. Game over. Pense nisso com carinho ok ? rs

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