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sábado, 28 de maio de 2011

Resenha Cinema: Se Beber Não Case - Parte 2


Em 2009 nenhuma comédia fez mais grana, recebeu melhores críticas, ou foi mais premiada do que Se Beber Não Case (título mais que cretino pra The Hangover, em bom português: A Ressaca.).
O filme sobre a improvável trinca de amigos formada pelo dentista Stu (Ed Helms, de The Office), Phil (Bradley Cooper, de Esquadrão Classe A), e Zach Galifianakis (Força G), que despertavam de uma bebedeira homérica após a despedida de solteiro do melhot amigo Doug (Justin Bartha) não era só engraçado, era histérico. Arrancava risadas usando todo o tipo de recurso, sem abrir mão de expedientes politicamente incorretos que iam da piada racista (Doug branco/Doug preto) ao humor físico pastelão (Mister Chow salta nu de dentro de um porta mala espancando todos com um pé de cabra).
Após tanto sucesso, era quase inevitável que houvesse uma segunda ressaca no caminho do bando de lobos, e o diretor Todd Phillips, realizador do longa original, aceitou o trabalho, e chegou ontem aos cinemas Se Beber Não Case - Parte II.
Eu estava muito ansioso pelo filme, a primeira parte se tornou uma das minhas comédias preferidas, é difícil, ainda hoje, ver a expressão no rosto de Galifianakis encarando os seios de Heather Graham e não rir, ou os acessos de pânico de Ed Helms, ao perceber que perdeu um dente, ou que seu amigo Doug pode estar em poder de sequestradores asiáticos.
Ansioso que estava pelo filme, fui dar uma conferida nas críticas que já pululavam pela internet um dia antes da estréia do longa nos cinemas, e qual não foi minha surpresa ao perceber que a imensa maioria delas estava detonando o filme, dando-lhe, em média, notas entre três e quatro. Com um pé atrás, resolvi ir assim mesmo ao cinema, e, após conferir o longa, posso dizer:
Esses críticos não manjam nada!
Se Beber Não Case - Parte II é muito engraçado, é divertido, incorreto e insano como seu antecessor, e, se perde nos quesitos originalidade e imprevisibilidade, todas as situações ganham escopo ampliado.
Stu vai se casar (eu pensei que seria com a Heather Graham, mas não é, é com uma jovem de origem tailandesa.), ainda traumatizado com os eventos de dois anos atrás, ao invés de uma despedida de solteiro, ele organiza um pequeno brunch entre amigos para celebrar. A cerimônia se dará em um luxuoso resort tailandês onde o pacato dentista espera um casamento sem problemas além do sogro que o detesta por ser mais inofensivo do que sopa de arroz.
Na antevéspera da cerimônia, os amigos, acompanhados de Doug, e do futuro cunhado de Allan, o gênio adolescente Teddy (Mason Lee), se juntam na beira da praia para brindar com uma cervejinha, e...
Acordam em um pulgueiro imundo em Bangcoc.
Phil está de ressaca, Allan de cabeça raspada, Stu com uma tatuagem tribal no rosto à la Mike Tyson, há um dedo dentro de um copo d'água, e ninguém sabe como chegaram até ali ou onde está Teddy!
Começa aí uma nova peregrinação do bando de lobos para reconstituir seus passos na noite anterior e descobrir o paradeiro de Teddy a tempo de voltar para o resort e Stu se casar com a mulher que ama. No caminho porém, eles encontram barreiras que vão desde um monge silente, convincentes travestis tailandeses, traficantes russos, macacos viciados e o retorno de Leslie Chow (Ken Jeong), o gângster oriental mais temido de Las Vegas.
Não há, de fato, grandes novidades á estrutura do filme, ele segue sendo a aventura dos três desmemoriados em busca de pistas que possam levá-los a descobrir o que aconteceu na noite de bebedeira para resgatar um companheiro sumido, as boas piadas que são requentadas, ainda funcionam, e as novas piadas idem.
Li manifestações de pessoas reclamando da homofobia do filme, é engraçado ver que a incorreção política, quando do primeiro longa foi saudada como qualidade, e agora, em tempos de hipocrisia midiática e social prómovimento gay, ela seja taxada de imprópria. Enfim, Se Beber Não Case - Parte II já sofreu suficientemente com a hipocrisia das pessoas, Mel Gibson, que interpretaria o tatuador americano que abrigava o trio protagonista em uma de suas desventuras, acabou limado da produção por conta do escândalo de suas declarações anti-semitas e sua relação conturbada com a ex-esposa.
Não vá, então, na onda dos politicamente corretos, apenas vá ao cinema, e divirta-se. Se Beber Não Case - Parte II, é uma ótima pedida pra isso.

"Eu não posso acreditar que isso está acontecendo de novo!"

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