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sexta-feira, 31 de maio de 2013

Resenha Blu-Ray: João & Maria : Caçadores de Bruxas



É uma modinha que se estabeleceu no cinema após o sucesso do ótimo Sherlock Holmes, com Robert Downey Jr., pegue um personagem ou conto clássico, e dê-lhe uma roupagem divertida, um enfoque mais contemporâneo, enfim, torne-o mais cool pra geração Y.
Aconteceu com a criação máxima de Conan Doyle, aconteceu com a Chapeuzinho Vermelho, com Leonardo da Vinci, e até com Edgar Alan Poe.
E aconteceu, no início desse ano, com João e Maria.
Pois é. João e Maria.
Os irmãos da fábula dos Grimm, que são abandonados na floresta por seu pai, um lenhador pobre sem condições de sustentá-los. Esperto, João deixa uma trilha de migalhas de pão para poder voltar, mas a trilha é comida por pássaros, o que faz com que os dois se percam.
Famintos e sozinhos, eles encontram uma casa feita de doce, mas assim que começam a comer a deliciosa moradia, são aprisionados pela bruxa perversa que lá vive e, após passarem maus bocados sendo engordados pela vaca maléfica para serem comidos, a enganam e conseguem escapar após jogá-la no forno onde ela pretendia assá-los.
Essa história é mostrada brevemente na introdução do filme. Que já deixa bem óbvia sua nova roupagem quando, após prenderem a bruxa no forno, Maria pergunta "Está quente o bastante agora, vadia?".
Os anos correm, e João e Maria crescem, fazendo carreira como caçadores de bruxas.
Os irmãos vagam pela Europa perseguindo e exterminando essas feiticeiras medonhas, salvando crianças, fazendo fortuna e fama como os melhores em seu ofício.
Esse caminho os leva até a cidade de Augsburg, na Alemanha, onde o desaparecimento de onze crianças está deixando os moradores em polvorosa e apavorados com a ideia de que bruxas estejam por trás dos sequestros.
De cara, João e Maria, já crescidos, famosos e fodões (com as caras do gavião-arqueiro Jeremy Renner e o rostinho lindo e o corpaço gostoso de Gemma Arterton) impedem que uma jovem, Mina (Pihla Vitala), seja queimada em praça pública como bruxa. Eles são contratados pelo prefeito para desvendar o mistério e resolver o caso, a tarefa, porém, pode ser mais complicada do que eles imaginam, conforme suas investigações revelam que um importante evento se aproxima para as bruxas na forma de um eclipse lunar, e que uma grande bruxa negra (Famke Janssen, bonitona) pode ter mais interesse na presença deles do que eles imaginam.
Conforme tu deve estar se perguntando após ler essa breve sinopse, Não.
Não é bom, mesmo.
João & Maria: Caçadores de Bruxas está muito mais pra Van Helsing de Stephen Sommers do que pra Sherlock Holmes de Guy Ritchie.
O filme, apesar de contar com um elenco interessante, com atores talentosos e ter bons efeitos visuais e não abrir precedente pra sangreira (Tem muito sangue no filme. Desmembramentos, decapitações, gente sendo apunhalada, fatiada e tendo ossos quebrados), não empolga.
O roteiro escrito por Tommy Wirkola, também diretor do longa, é rasinho, rapidinho, e pobre pra explorar mesmo as boas ideias que apresenta, como a diabetes desenvolvida por João, enquanto era forçado a comer doces pela bruxa da infância, que é apresentada, deixada de lado, e então volta no desfecho, só pra adicionar um pouquinho mais de drama à coisa toda.
Personagens como o delegado Berringer vivido pelo bom Peter Stormare são subaproveitados, os irmãos têm um fã chato na cidade, amores surgem e acabam sem que tenhamos chance ou tempo de nos importarmos e, pra piorar, aparece até um troll chamado Edward com uma cabeçorra animatrônica que não convence ninguém.
Não se pode nem dizer que de boas intenções o inferno está cheio, pois a intenção do filme é bem óbvia: Se aproveitar de uma audiência que não é capaz de prestar atenção em duas horas de filme.
Não é horrível, mas é honestamente ruim. Assista se estiver muito curioso, se não for o caso, espere chegar à TV a cabo.

"Eu e minha irmã... Nós temos um passado. Quase morremos nas mãos de uma bruxa. Mas esse passado nos tornou mais fortes. Nós tomamos gosto por sangue. Sangue de bruxa. E não paramos desde então."

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